De acordo com levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, as vendas de insumos pecuários atravessaram o primeiro semestre de 2019 em ritmo lento, com pecuaristas adquirindo insumos apenas quando havia necessidade. Na segunda metade do ano, no entanto, o movimento de alta nos preços da arroba do boi gordo elevou as vendas de produtos pecuários nas casas agropecuárias.
Pesquisadores do Cepea indicam que, na maioria das regiões brasileiras, os dois primeiros meses de 2019 foram marcados por clima seco, por menor liquidez no mercado de boi gordo e por incertezas econômicas, contexto que limitou a comercialização de insumos nas revendas agropecuárias. A demanda por produtos para suplementação foi o que manteve a estabilidade nas lojas, mas, ainda assim, aquém do esperado por agentes de casas agropecuárias consultados pelo Cepea. Apenas nas regiões Norte e Sul do Brasil que os bons índices de chuva no primeiro bimestre intensificaram as vendas de sementes de pastagens, de insumos para agricultura e para suplementação e de medicamentos antiparasitários.
Já no segundo semestre, os preços da arroba do boi e do litro do leite subiram. Assim, produtores, mais capitalizados, aumentaram a demanda por produtos pecuários e movimentaram a liquidez nas revendas. Em alguns casos, houve, inclusive, antecipação das negociações para a entressafra, período em que as lojas agropecuárias sofrem com a volatilidade – nesta época, é comum que muitos produtores avaliam a rentabilidade da atividade para, então, tomar decisões sobre futuros manejos.
Pesquisadores do Cepea indicam que as negociações de sementes de pastagem foram destaques em 2019, tendo em vista que se mantiveram firmes o ano todo, favorecendo as revendas que estavam com maior estoque desse grupo de insumos. Além disso, as campanhas de vacinação contra febre aftosa ocorreram como o esperado para a época, aumentando a demanda de demais medicamentos aplicados no manejo.