Nosso mercado ontem foi a evidência daquilo que citamos como vantagem dos emergentes em meio aos desafios, muitas vezes autoimputados, das economias desenvolvidas com energia, juros, estímulos e inflação.
Neste contexto, o mesmo movimento de commodities que beneficia os ativos em nossos mercados é aquele que alivia a inflação, quando as mesmas commodities entram em descompressão, dando a vantagem em duas pontas.
Já o exterior, com a ausência do referencial das bolsas americanas, baixo volume e os problemas acima citados, a dificuldade em se preservar um viés positivo ainda é grande, ainda mais com a ausência de soluções criveis de curto prazo, principalmente aquelas que não gerem recessão ou elevação de custos.
Com isso, a China promove mais um estímulo, com a redução do compulsório de 8% para 6% em moeda estrangeira pelo PBoC, uma forma indireta de redução de juros e deve continuar a apoiar num contracíclico global a sua economia.
Já a Austrália elevou os juros em 50 bp para 2,35%, indicando a necessidade de contínua elevação de juros para combater os efeitos da inflação, efeitos estes que a nova ministra britânica propôs conter através de congelamento de preço.
Liz Truss propôs o congelamento de preços das contas de energia, de forma a combater parte da inflação de energia que assola a Europa e além disso, a primeira-ministra propõe, ainda não se sabe o porquê a refusão da Autoridade de Conduta Financeira (FCA) e da Autoridade de Regulação Prudencial (PRA).
Ambas foram separadas na crise de 2008 para melhorar a regulamentação do mercado pós crise do subprime e muitos se questionam se a mudança não é inócua (“it's change for change's sake?”), ou seja, o mandato “começou bem”.
Por fim, dados europeus colecionam resultados negativos, especialmente na Alemanha, onde pedidos às fábricas caíram mais do que as expectativas e os PMI britânico e alemão de construção aprofundam-se na zona contracionista, assim como os dados de varejo e atividade hoje.
O retorno do referencial das bolsas americanas pode melhorar o ímpeto dos ativos hoje, especialmente bolsas de valores, com a agenda focada nos PMIs nos EUA, ainda assim, o cenário de médio prazo é desafiador para os mercados ao norte.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com o retorno do referencial das bolsas americanas.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com China continental em alta após os estímulos do PBoC e Austrália em queda após mais uma elevação de juros.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque à prata, ao cobre e ao minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, após anúncio de corte de 100 mil barris dia pela OPEP+.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,31%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1542 / -0,32 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / 0,131%
Dólar / Yen : ¥ 141,68 / 0,775%
Libra / Dólar : US$ 1,16 / 0,651%
Dólar Fut. (1 m) : 5190,50 / -0,18 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,60 % aa (-1,02%)
DI - Janeiro 24: 12,83 % aa (-0,16%)
DI - Janeiro 26: 11,48 % aa (-0,13%)
DI - Janeiro 27: 11,45 % aa (-0,22%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,2079% / 112.203 pontos
Dow Jones: -1,0677% / 31.318 pontos
Nasdaq: -1,3090% / 11.631 pontos
Nikkei: 0,02% / 27.627 pontos
Hang Seng: -0,12% / 19.203 pontos
ASX 200: -0,37% / 6.827 pontos
ABERTURA
DAX: 1,027% / 12891,47 pontos
CAC 40: 0,515% / 6124,62 pontos
FTSE: 0,230% / 7304,21 pontos
Ibov. Fut.: 1,25% / 113560,00 pontos
S&P Fut.: 0,82% / 3956,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,911% / 12215,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,14% / 118,93 ptos
Petróleo WTI: -0,38% / $86,54
Petróleo Brent: -2,91% / $92,95
Ouro: 0,15% / $1.712,96
Minério de Ferro: -0,81% / $97,10
Soja: 2,56% / $1.510,50
Milho: 0,82% / $674,50
Café: -1,57% / $232,65
Açúcar: 0,28% / $18,21