O retorno das chuvas às regiões produtoras de café no Brasil, o principal produtor mundial, pressionou os preços internacionais da commodity até a última quarta-feira, gerando um desfecho negativo no acumulado da semana. Ontem, porém, o mercado encerrou uma série de seis quedas consecutivas e mitigou as perdas com atuação dos fundos de investimento.
No fim de semana passado, o clima quente e seco que preocupava os produtores foi revertido, mas o volume de precipitações ainda é considerado fraco e deve fazer os agentes permanecerem atentos às previsões para as próximas semanas, quando devem surgir novas floradas.
De acordo com a Somar Meteorologia, uma frente fria se afasta do Brasil e a chuva diminui no cinturão cafeeiro. Porém, a partir de hoje, uma nova massa de ar frio trará precipitações ao Paraná e ao oeste de São Paulo, podendo avançar até a Baixa Mogiana e o Sul de Minas Gerais.
Na Bolsa de Nova York, o contrato C com vencimento em dezembro acumulou desvalorização de 85 pontos frente à sexta-feira passada e encerrou o pregão de ontem a US$ 1,2720 por libra-peso. O contrato do robusta com vencimento em novembro, na ICE Futures Europe, fechou a US$ 1.967 por tonelada, com depreciação de apenas US$ 1.
O dólar comercial recuou 0,5% na semana, também se recuperando na sessão de ontem, à medida que alguns indicadores positivos da economia dos Estados Unidos puxaram a moeda.
Os novos pedidos norte-americanos de auxílio-desemprego caíram para 260 mil em agosto, ante expectativa de 270 mil, assim como as encomendas ao setor industrial dos EUA subiram 1,2% de julho para o mês seguinte, superando a expectativa de alta de 1% dos analistas.
No Brasil, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que os bons volumes de chuvas observados nos últimos dias auxiliaram as condições dos cafezais de arábica, que haviam sido debilitados pelo clima seco em setembro.
Segundo colaboradores da instituição de pesquisa, os índices pluviométricos também podem ser suficientes para a indução de uma nova florada ao longo dos próximos dias na maior parte do cinturão produtor cafeeiro, cenário que mantém os agentes de mercado afastados.
Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon acompanharam o mercado internacional e foram cotados, ontem, a R$ 440,47/saca e a R$ 390,70/saca, com variações de -1,8% e -1,4% na comparação com o fechamento da semana antecedente.