Abril foi um mês de respiro para os ativos de renda variável, com o Ibovespa e o IFIX fechando o mês com ganhos de 1,94% e 0,51%, respectivamente. O IFIX e o IMA-B 5+ se recuperaram parcialmente das quedas apresentadas no mês passado, acompanhando o mercado de juros futuros em que os contratos com vencimentos mais longos apresentaram fechamento nas taxas, mas ainda em um ambiente de alta volatilidade. Neste mesmo sentido, o dólar apresentou forte desvalorização de 5,16% em relação ao real.
O mês começou com otimismo para os mercados internacionais. O sucesso da campanha de vacinação contra a Covid-19, divulgação de indicadores da economia apresentando forte crescimento nos Estados Unidos, novo pacote de infraestrutura de 2,25 trilhões de dólares proposto pelo governo do presidente Joe Biden e a manutenção de um discurso expansionista do Fed (Banco Central Americano), além da previsão de manutenção dos juros básicos próximo de zero até meados de 2023, são notícias que impactam o mercado.
Já no Brasil, a campanha de vacinação ganhou corpo ao longo de abril, com a média móvel semanal de novas doses aplicadas superando a marca de 1 milhão por dia na última semana do mês. Neste período, os investidores permaneceram muito atentos ao imbróglio em torno das discussões do Orçamento de 2021. No final, a ala política se mostrou, mais uma vez, mais forte do que o Ministério da Economia do Ministro Paulo Guedes, porém o mercado parece ter entendido que dos males, ficamos com o menor.
Já em relação aos indicadores econômicos, as notícias são positivas em sua maioria, com o destaque para a divulgação ao longo do mês das vendas no varejo, setor de serviços e IBC-Br, indicador de atividade do Banco Central, referentes a fevereiro, que vieram mais fortes do que o esperado, fazendo uma pausa na queda das expectativas para o crescimento da economia brasileira em 2021. Apesar disso, a pressão para as estimativas de inflação continua, que já supera 5% no ano para o IPCA, segundo o relatório Focus do Banco Central do último dia 30 de abril. Dado esse cenário, a expectativa para a reunião do Copom, que aconteceu na primeira semana de maio, foi concretizada, de aumento da taxa SELIC em 0,75%, elevando a taxa básica de juros para 3,5% ao ano.
De maneira geral, o cenário ainda parece muito desafiador e cheio de ruídos para o investidor de Fundos Imobiliários, com a pandemia e a aparente letargia da agenda de reformas e privatizações do Congresso Nacional, impedindo a busca da equalização das contas públicas no curto prazo. Entretanto, é importante olharmos para os países que estão conseguindo avançar com a vacinação em massa da população, mostrando forte queda nos números de novos casos e mortes, com a abertura da economia e melhora significativa dos indicadores econômicos. No Brasil, é possível também enxergarmos a queda na curva e esperarmos uma retomada da economia logo a frente.