O título já entrega, eu sei. O resultado foi bom e estou muito otimista para os próximos trimestres. Veio muito melhor que o primeiro trimestre de 2019 e parece que os deuses estão olhando com bons olhos para a companhia.
Melhora em praticamente todas as linhas
Como a companhia não divulgou um “quadro de destaques”, apenas citou eles. Vou pontuar alguns que eu considero importantes. Primeiramente, o Fluxo de Caixa Livre (FCF), após as despesas financeiras, Capex e Capital de Giro, foi positivo pelo sexto trimestre consecutivo totalizando R$ 99,8 milhões.
Aumento na Receita Bruta em 8% vs 2T18. Sendo que a Athena Foods (subsidiária) correspondeu por R$ 1,9 bilhão. Não por um acaso, as exportações atingiram 67% da Receita Bruta da Minerva (SA:BEEF3), que se manteve mais uma vez como a maior exportadora de carne bovina da América do Sul, com 21% de Market Share no continente (Athena Foods segue líder na região de sua atuação com 12% de Market Share no total exportado pela América do Sul).
Além disso, houve um leve crescimento no EBITDA de 3%, R$ 363,9 milhões em relação ao 2T18, com margem de 9% (alta de 20bps vs 1T19).
Para elucidar melhor, segue o quadro dos principais indicadores:
Infelizmente (na minha opinião), a companhia continua com uma Dívida Líquida / EBITDA de 3,8x. Entretanto, a mesma tem mais que o suficiente para honrar com suas obrigações de curto prazo (encerrou o trimestre com R$ 3,1 bilhões de caixa) e tem gerado um bom FCF há 6 semestres consecutivos, o que me deixa mais tranquilizado em relação a este indicador. Além disso, em abril deste ano, a companhia finalizou a recompra da sua dívida mais cara (Bonds Perpétuos).
Voando no dragão chinês?
No primeiro trimestre de 2019, ao comentar sobre o resultado da companhia, eu fui citando os motivos que me levavam a crer que ela tinha condições de surfar uma “Trade War” entre EUA e China, assim como, as consequências causadas pela gripe suína africana na China.
Por competência ou sorte, isso se concretizou. A demanda no mercado asiático segue em destaque, apresentando crescimento no volume das exportações. Nos LTM (últimos 12 meses) encerrados em junho, a Athena Foods teve 42% da sua receita vinda de exportações para o continente asiático, com aumento de 11p.p. em comparação anual.
Sigo confiante que a companhia ainda poderá surfar mais dessas ondas. Uma vez que o impacto do surto de febre africana, especialmente na China, deve se tornar cada vez mais evidente ao longo do próximo semestre. A companhia possui 5 plantas rodando para suprir essa demanda, além da retomada da unidade de Venado Tuerto, em junho, para contribuir ainda mais.
Sobre o resultado de Athena Foods...
Poderia ter sido melhor. Mas paciência. Vou comentar rapidamente o que é importante, caso queira ler tudo, é só clicar no link.
Paraguai desapontou: Foram abatidas apenas 419 mil cabeças no trimestre, queda de 21% em relação ao 2T18. Porém, o resultado foi impactado negativamente pelos seguintes motivos: (i) Maiores chuvas na região (de novo), especialmente nos meses de abril e maio; (ii) ajuste no volume de abate, por conta do período de vacinação do rebanho, o que implica em menor disponibilidade dos animais. Consequentemente, o preço médio caiu 13% vs 2T18 e as receitas de exportações caíram 25% vs 2T18, por conta de um volume menor.
Na ponta positiva, Uruguai teve aumento em 27% nas exportações em relação ao segundo trimestre de 2018. Paralelamente, suas receitas no mercado externo cresceram 30% vs 2T18. A China foi o principal destino, com volume importando de 54% quando comparado ao 2T18, se mantendo como o principal destino das exportações do Uruguai.
Por fim, Argentina (mesmo passando por toda tempestade) conseguiu entregar um resultado bom resultado. Volume exportado atingiu 116mil toneladas no segundo trimestre, 43% maiores que no 2T18. Suas receitas foram 38% maiores em relação ao mesmo período. Mais uma vez, a China se manteve como principal destino das exportações da Argentina, correspondendo por 61% do total exportado (alta de 18 p.p. ante 2T18).
MEU OUTLOOK PARA MINERVA
Olhando para o case, temos tudo para ver a companhia entregando bons resultados. Ainda se tem os danos da febre suína, no qual não temos total dimensão. Uma “Trade War” que continua se arrastando e uma companhia que tem melhorado bem suas operações. Mas olhando o valuation, será que continua atraente, mesmo depois de subir 73% no ano? Me parece atraente ainda:
Negociando a 6,5x EV/EBITDA e 8,5x P/L não me parecem nada caro... (setor está negociando 14,8X EV/EBITDA).