Será que o maior banco do país chegou no seu teto ou foi apenas um fato isolado? Quaisquer que sejam as respostas, o resultado foi desanimador (algo me diz que até os próximos não vão animar tanto).
Cesar chorou, quando percebeu que não havia mais mundos para conquistar
É.… foi assim que eu me senti ao ler o resultado. De qualquer maneira, sempre gosto de abrir minha reflexão com o quadro de destaques (ou pelo menos do que deveria ser):
Houve um “crescimento”, mas foi muito modesto, ainda mais para o maior banco do país! Com aumento de 7% no Lucro Líquido Recorrente em relação ao 1T18, com margem financeira crescendo apenas 3,9%, ROAE de 23,6% (alta de 1,4p.p.) e o PL cresceu apenas 1,1% vs 1T18.
Não obstante, o resultado das receitas de taxas e serviços foram decepcionantes, juntamente com as receitas de operação de seguros, previdência e capitalização, e ainda o custo de crédito em 3 meses cresceu 11,4%. Olhem a imagem abaixo:
Essa piora nas receitas de prestação de serviços, nem leva em conta o fato da rede ter zerado taxa de antecipação de recebíveis. O banco chegou a reduzir a previsão de receitas para taxas de serviços e comissões em 30% para este ano, devido à intensificação da “guerra de preços” entre maquininhas. As receitas devem crescer entre 2% a 5% no ano, segundo o próprio banco.
A carteira de crédito expandida encerrou em R$ 647 bilhões, com crescimento de apenas 7,7% vs 1T18 e 1,6% em 3 meses. Por mais que pessoa física tenha sido melhor, com aumento de 12,7% vs 1T18. O segmento de grandes empresas continua bastante fraco com queda de 3,1% em relação ao mesmo trimestre anterior. Lembrando que segmento pessoa física no Santander (SA:SANB11) foi uma porrada em relação ao de Itaú (SA:ITUB4).
Eu entendo que a economia não “triggou” ainda, que tem sazonalidade por parte do segmento de pessoa física, que a “guerra de preços” está esmagando as receitas do segmento de taxas e comissões. Mas olhando para o resultado do Bradescão, como já comentei e até o do Santander que para mim poderia ter sido melhor, começo a imaginar (agora vem pedra rs) que talvez faça sentido, pelo menos o Bradesco (SA:BBDC4) negociar a um prêmio em relação a Itaú hehehe.
Fica o quadro de destaques do Bradescão (postei e corri), tirem suas próprias conclusões.
MEU OUTLOOK PARA ITUB4
Devido à forte concorrência com a rede, menor expectativa para crescimento das receitas e do lucro, “delay” para melhorar a demanda por crédito no segmento grandes empresas, aumento da concorrência de “fintechs” que tendem cada vez mais tomar espaço e do movimento de “desbancarização” tradicional que conhecemos. Vejo Itaú negociando a múltiplos que não são tão caros (no preço atual) por ser o maior banco do país, mas que o case em si me parece bastante desafiador para valer a pena no momento:
Como eu disse anteriormente, olhe os outros bancos e tire suas próprias conclusões.
Era isso, valeu!