O resultado melhorou, mas acabou que não aconteceu da forma como eu esperava. O resultado foi longe de ser ruim. Eu ficaria num “ok”, poderia ter sido melhor, mas também não foi tão ruim.
Thank you Dollar!
No quadro de destaques, só uma coisa me chamou a atenção:
O dólar praticado, acabou por salvar o dia, segurando bem o resultado. Eu sei, eu sei. Lucro Líquido teve queda de 27,4% vs 1T18, assim como o EBITDA entrou na dança e caiu 5,5% em relação ao 1T18.
Esse resultado foi fortemente impactado por um menor volume de vendas no período, que chegou a cair 13,2%. Além disso a BW Guaripá teve um prejuízo de R$ 7 milhões no trimestre, com o preço do mercado livre de energia do Nordeste na mínima, a companhia optou por utilizar a energia gerada para produção de seus produtos. Infelizmente, não acabou favorecendo o resultado.
Além disso, houve uma redução de 2,8% do Brasil em relação a produção mundial (consequentemente as vendas caíram em 13,2% ante 1T18). Paralelamente, o caixa gerado e equivalentes a caixa encerraram em R$ 28,5 milhões, influenciado, pela redução do lucro e pelas aquisições para o ativo imobilizado (CAPEX), também teve a amortização de empréstimos e financiamentos, impactados pela aquisição da BW.
Uma luz no fim do túnel
Eu entendo que o resultado tenha sido aquém do que muitos esperavam. Mas eu vi uma melhora e oportunidades para a companhia. A mesma se encontra em um momento de crescimento, investindo em vários projetos para melhorar as suas operações.
A companhia detém mais de 95% das reservas brasileiras de cromita, principal matéria-prima utilizada na fabricação das ligas de ferrocromo (um dos seus principais produtos). Além disso, ela adquiriu o Complexo Eólico BW Guaripá ano passado, um investimento sensato que já corresponde 1/3 da demanda necessária para suprir o seu contrato com a CHESF (que termina depois de 2034). Ela tem 20 anos para analisar e ver quais oportunidades serão viáveis para a companhia nesse segmento.
Não obstante, está investindo em uma segunda “Casting Machine” para reduzir perdas e gerar mais finos para o Fesi HP (outro produto dela). Continuam buscando investimentos em coque metalúrgico (podendo ser via ativos ou via relações comerciais com companhias já existentes). Na mineração, continuam com o Hard Lump, com dois novos equipamentos de raio X (a partir do 2T19). Paralelamente, continuam com o “Ramp-up” que visa aumentar a produção em 50% e reduzir os custos de produção (apróx. 20%), esse projeto tem uma duração de 4 anos e provavelmente veremos alguma coisa lá para metade de 2020.
Por fim, foi comentando na teleconferência sobre a “Trade War”. A companhia respondeu que o foco está voltado mais para China e EUA, não vendo outros países sendo atingidos. Caso seja taxado os produtos de ferros silício da China, a Ferbasa (SA:FESA4) vê isso como uma oportunidade. Assim como, uma menor produção por parte da China Continental, tende a favorecer muito a companhia, ainda mais com dólar neste patamar. Comentaram que é para ter cautela com os EUA também, visam o mercado de lá, mas que em 2015 os Estados Unidos tentaram impor um “Dumping” (ato de colocar à venda produtos a preços inferiores ao do mercado) contra a Venezuela e quase contra o Brasil.
Logo, diante de todos esses investimentos e possíveis oportunidades, eu vejo como not so bad.
MEU OUTLOOK PARA FESA4
Após comentar sobre suas possíveis oportunidades frente a Guerra Comercial entre Estados Unidos e China. Além, de uma melhora operacional para os próximos trimestres, com uma perspectiva de ventos melhores para esse ano (para geração de energia), com a reversão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS voltando para a companhia (que pode dar um gás nela) e o fato da mesma estar investindo em projetos para a melhora de suas operações. Sendo assim, vejo a Ferbasa negociando a múltiplos muito atraentes:
Eu entendo que a companhia recuou por não estar apresentando os “resultados esperados” e por conta de um “guidance” mal dado no 4T18.
Mas sigo vendo valor na empresa.
Era isso, valeu!
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