É inegável que o mercado tenha se animado com os resultados de primeiro turno nas eleições 2022 mas, qual candidato foi o responsável por isso?
A verdade é que existem algumas possibilidades. Os investidores olham com bons olhos candidatos que propõem em suas agendas reformas substanciosas e estruturais no país como a tributária por exemplo, privatizações; olham para aqueles que se comprometem com o teto de gastos e a dívida pública, para aqueles que possuem programas de incentivo às empresas e bom relacionamento internacional, estes são apenas alguns dos muitos exemplos.
No entanto, temos um candidato em primeiro lugar que possui um histórico com causas sociais e básicas com a população mais carente e que recentemente ficou muito exposto sob investigação e julgamentos, enquanto o segundo candidato atualmente da base, tem na agenda uma proposta mais liberal e reformista mas enfrentou em boa parte de seu governo talvez a maior crise dos últimos 50 anos, crise energética, sanitária, um início de guerra e econômica.
Acontece que, se fizermos uma comparação com o que está acontecendo com o restante do mundo, onde as consequências de fim da pandemia assolam a Europa com uma inflação elevada, os Estados Unidos sofrendo uma sequência redução de crescimento e ainda a constante ameaça de falta de recursos para a Europa enfrentar o inverno com o gás Russo e a China ainda tentando estimular sua economia ainda muito distante de um crescimento pré pandemia, temos o Brasil com indicadores mostrando resiliência da economia e uma bolsa de valores com grandes empresas em um valor bastante descontado para o mercado.
O primeiro cenário é que para os especialistas de mercado, caso vejamos o atual governo vencer o segundo turno, certamente poderemos manter o mercado animado, teoricamente mantendo as mesmas características de agenda que vemos hoje, e isso o mercado correu para precificar no início da semana pós eleições de primeiro turno quando tivemos um crescimento na bancada da Câmara por parte dos apoiadores do governo, além de eleger um bom número de governadores em importantes estados da federação.
O segundo cenário é ainda mais curioso porque nos permite imaginar que o mercado também pode ter se animado com a possibilidade do retorno de um governo de esquerda ser eleito com também uma maior bancada na câmara mas que certamente enfrentaria possivelmente maior dificuldade para governar sob maior vigilância da crescente oposição. Para isso, haveria a necessidade de se costurar alianças mais voltadas a centro direita, adotando em sua agenda, propostas também com essência liberal e um ministro da economia com bagagem de ter sido presidente do Banco Central e capaz de colaborar nesse cenário.
Por fim, vemos Investidores Estrangeiros começando a montar posições vendidas nos contratos futuro de Dólar, ainda pequena mas já mais relevantes que nas semanas anteriores e, nosso índice, animado com valorização em diversos setores podendo também ser impulsionado com o rally, ainda incerto, de final de ano.
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto