De acordo com a opinião de diversos economistas e analistas de Wall Street, as economias globais estavam fatalmente destinadas a apresentarem, em 2023, um dos piores anos da última década, porém as economias globais estão indo bem, e de certa forma isso preocupa.
Mesmo com o aumento das taxas de juros durante o período do ano anterior, os dados não mostram uma desaceleração satisfatória da inflação. O esperado é que ocorra demissões, aumentando o número de pedidos por seguro desemprego e aumento na taxa de desemprego ou pelo menos uma diminuição na geração de empregos. Consequentemente, com menos dinheiro no bolso da população, uma desaceleração no consumo, impacto na receita das empresas, impacto negativo no PIB, diminuição nos preços de bens e serviços e consequentemente a recessão econômica, porém isso ainda não ocorreu.
Os analistas até procurando indícios sobre o aumento no desemprego, diminuição de horas trabalhadas e nos salários, pois isso poderia auxiliar na diminuição da pressão inflacionária, porém nada encontraram. Analisando de forma mais aprofundada os dados de trabalho, podemos observar que o payroll nos mostra ainda uma diminuição no número de desempregados (taxa de desemprego em queda), aumento no relatório de empregos privados e não agrícolas e ganhos médio e salário por hora diminuído, além disso os dados de pedidos iniciais por seguro desemprego estão diminuindo, ou seja, a população norte-americana está mais empregada, mesmo com ganhos salariais ligeiramente menores.
E mesmo com notícias que grandes corporações estão demitindo em massa (Philips, PayPal (NASDAQ:PYPL), Twitter, Microsoft (NASDAQ:MSFT), entre outras) pergunte aos seus conhecidos, amigos ou familiares que residem na américa se está faltando empregos por lá, tenho certeza que você irá se surpreender com a resposta. Precisamos ficar de olho no próximo dado de payroll que será divulgado sexta-feira (10/03/2023) para ter mais uma perspectiva sobre a projeção do aumento nas taxas de juros.
De acordo com os dados disponibilizados de consumo no varejo, a população aumentou os gastos com alimentação, moradia e combustível e diminuíram os gastos com roupas e eletrônicos.
O cenário ainda é desafiador e o mercado acionário continua caro. Os bancos centrais podem elevar por mais tempo do que o previsto as taxas de juros para conter a inflação, e foi justamente o que Jerome Powell, presidente do Fed, sinalizou em seu discurso do dia 7/3/2022 para o congresso nos EUA, ele afirmou que “o nível final das taxas de juros provavelmente será mais alto”, referindo-se ao teto de 5,1% para 2023.
O que se pode esperar de alguém que constantemente muda seu discurso sobre inflação desde meados de 2021? Eu informei aos telespectadores do meu programa que minha projeção para o aumento das taxas de juros nos EUA era de 6%. Não falo isso com um sentimento de vitória ou feliz pelo acerto, escrevo isso com um sentimento doloroso, pois com taxas de juros nestes níveis muitos países da Europa e Ásia tendem a quebrar. O Japão, que é uma baita potência, sofre com a valorização do dólar frente ao iene japonês por ser um grande importador. Os dados globais de inflação mostram um possível repique para continuar na movimentação de alta, por isso trabalhe com operações estruturadas e sempre hedgeado.