Principais Notícias para o Mercado de Renda Fixa
A semana na Renda Fixa foi de recomposição dos prêmios de risco, amparada na redução das apostas de corte de 0,50 ponto porcentual para a Selic em agosto após a deflação de junho menor que a estimada.
Os principais vetores que influenciaram a abertura da curva de juros foram:
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a inflação medida pelo IPCA fechando junho com queda de 0,08%, ante um avanço de 0,23% em maio, ligeiramente menos negativo que a mediana das previsões que apontava queda de 0,10%, além do incômodo com o desempenho ruim de serviços nos preços de abertura do indicador. A inflação de serviços acelerou de -0,06% em maio para +0,62% em junho,
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o volume de serviços prestados subindo 0,90% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, segundo os dados do IBGE. No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de -1,6% para -1,5%. O resultado superou a mediana das estimativas de alta de 0,4%,
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a melhora do sentimento do consumidor americano ao maior nível desde 2021, com alta nas expectativas de inflação nos EUA na preliminar de julho,
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a possibilidade do governo lançar um programa de desoneração para linha branca. O mercado aguarda os detalhes sobre o eventual pacote, especialmente sobre como será a recomposição de receitas, crucial para as aspirações do arcabouço fiscal,
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e a ata do Banco Central Europeu (BCE) indicando novos aumentos de juros para combater a inflação.
Fizeram o contraponto, mas não impediram a abertura da curva de juros:
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a cristalização das apostas em só mais uma alta de juros nos EUA após a divulgação dos índices de preços. A inflação no atacado em junho veio abaixo do consenso das estimativas e, juntamente com o alívio visto na inflação ao consumidor, reforçou a percepção de que o Fed pode optar por encerrar o ciclo de aperto monetário com apenas mais uma elevação nos Fed Funds, e mantê-los estáveis por um bom período,
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o Livro Bege até observou avanço na atividade econômica americana, mas não mudou as projeções do mercado de que o Fed vai subir uma última vez o juro neste atual ciclo no fim do mês, à faixa de 5,25% a 5,50%,
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e o otimismo com as pautas econômicas aprovadas pela Câmara e que agora estão no Senado, em especial a reforma tributária e o projeto sobre o Conselho de Administração das Receitas Fiscais (Carf), que trazem boas perspectivas para a arrecadação.
Fatores que foram considerados de menor potencial para influenciar o movimento da curva de juros:
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a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) reforçando a fraqueza do varejo e o efeito da política monetária contracionista sobre a atividade. As vendas do comércio varejista caíram 1,00% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, uma queda maior que a mediana das estimativas, que apontava recuo de 0,2%,
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e o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) recuando 1,29% na primeira prévia de julho, após cair 1,95% na mesma leitura de junho.
No Relatório de Mercado Focus (17), a projeção para a inflação oficial permaneceu em 4,95%, acima do teto da meta (4,75%). Um mês antes, a mediana era de 5,12%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção continuou em 3,92%. Há um mês era de 4,00%. A mediana supera o centro da meta (3,00%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,50%.