Falar em Renda Fixa nos últimos anos tornou-se meio "démodé" (Fora de moda, baixa relevância e pouco destaque) visto que a taxa Selic caiu de forma expressiva nos últimos anos, tão expressiva que a Nathália Arcuri (uma das principais influenciadoras de "investimentos" em "Renda Fixa" do Brasil) despareceu por um tempo, foi tirar férias e agora que a taxa subiu ela está de volta.
Com a grande crise que o país vem enfrentando, alta inflação, alto desemprego, polarização política, dólar nas "alturas, a taxa de juros está retornando ao seu patamar na casa de dois dígitos, exatamente como estava no período antecedente ao governo de Michel Temer (que modéstia à parte, ainda gera saudades em muita gente, inclusive eu, meu caro leitor).
"...as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 10,2% para 2021, 4,7% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 9,25% a.a. neste ano e para 11,75% a.a. durante 2022, terminando o ano em 11,25% a.a., e reduz-se para 8,00% a.a. em 2023."
Fonte: Atas do Comitê de Política Monetária - Copom (243ª Reunião), 7-8 dezembro, 2021
Essas informações revelam maiores oportunidades de retorno em títulos públicos do governo através do Tesouro Direto para o ano de 2022. Além disso, se a inflação for mantida conforme o esperado, o retorno real, isto é, o retorno considerando a inflação, ainda continua bem atrativo.
Com uma taxa de juros de 11,75% a.a, correndo um risco muito menor, já que para os investidores há uma maior confiança no Estado, pois este detém os meios necessários para honrar suas dívidas (Títulos Públicos), haverá uma grande migração de capitais de grandes companhias da bolsa de valores para o mercado de Renda Fixa.
A diversificação da carteira em Renda Fixa torna-se uma opção mais atrativa e viável para quem quer correr menos risco e obter uma rentabilidade mais alta, sendo que o Tesouro Direito é o principal meio para se investir nesses ativos com baixa volatidade.
Neste caso, dentre as várias opções, o meu favorito continua sendo o Tesouro Selic (LFT), pois é o que possui a maior liquidez, isto é, o "resgate" pode acontecer a qualquer momento e seu rendimento é diário, porém, cabe lembrar que ele está indexado (atrelado) à Taxa Selic, então qualquer variação pode afetar sua carteira.
Os prefixados e os indexados a inflação (IPCA+) são mais arriscados, principalmente se você quiser resgatar antes, devido ao efeito da Marcação a mercado, ou seja, quanto mais alta for a taxa de juros, menor será o preço atual do título, isso significa que se você não esperar até a data de vencimento, você pode acabar perdendo boa parte de seu investimento.
Além disso, há uma grande instabilidade política com as eleições em outubro. As pesquisas apontam uma grande intenção de votos para o candidato à esquerda Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com seu passado sombrio e escandâlos de corrupção que vieram a tona podem fazer a taxa de juros disparar e subir ainda mais. Por este motivo, o Tesouro Selic ganha mais um ponto e continua sendo um dos investimentos favoritos de Renda Fixa em 2022.