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Renda fixa: Com Inflação em Alta, 2022 é o Ano Dessa Modalidade de Investimento

Publicado 20.04.2022, 14:28

Não é novidade pra ninguém que 2022 será um ano excelente para investidores mais conservadores, adeptos à renda fixa. Já para investidores mais agressivos, acostumados com as altas volatilidades em busca de maior retorno, esse será sem dúvida um ano de desafios e de muitas oportunidades. Hoje a nossa taxa básica de juros, a Selic, está subindo com altas galopantes e não é preciso ir tão longe para entender o que está acontecendo.  

No início de 2020, quando começamos a nos recolher em casa, devido à pandemia do COVID-19, nossa taxa era de 4,25% a.a.. Em agosto de 2020, cinco meses após o começo do isolamento social, caiu para 2% em agosto de 2020 e ficou assim até março de 2021.  

Nesse ponto, percebemos uma inflação já em descontrole e com a economia ensaiando um retorno ao cotidiano “normal”.  Desde então tivemos nove altas consecutivas e hoje temos uma taxa Selic de dois dígitos, 11,75%. 

Em abril 2020, um título de renda fixa que pagasse ao investidor 100% do CDI, estaria rendendo ao ano algo próximo a 1,90%. Na mesma época, algumas ações na bolsa faziam a mesma performance em apenas 1 dia. Claro que com maior risco.  

O momento definitivamente não era para renda fixa, que estava com uma performance desprezível e isso piora quando descontada a inflação e o temido imposto de renda. Pobre renda fixa. Falar de poupança era palavrão. Mas esse cenário mudou, e se inverteram os papéis a partir de junho de 2021, quando nossa gloriosa Bolsa de Valores iniciou uma queda livre de seis meses, até dezembro. Assim, iniciamos 2022 com um cenário propício para a renda fixa, a taxa Selic subindo e a bolsa caindo. O grande temor de 2022 era a eleição, que já elevaria a volatilidade do mercado brasileiro e traria um ambiente mais desafiador. 

Com o conflito entre Rússia e Ucrânia, as eleições brasileiras ficaram em segundo plano. Os dois países são grandes exportadores de commodities e estão fazendo um estrago na economia mundial, derrubando bolsas, petróleo chegando a níveis inimagináveis, soja e milho batendo recordes de preços. 

Com todo esse cenário, somado a alta de juros, a renda fixa virou a queridinha do mercado em uma velocidade avassaladora.  

Podemos dizer sim que este é o ano da renda fixa, mas também devemos fazer algumas recomendações, como por exemplo a famosa diversificação. Sim, dá pra diversificar a renda fixa, de duas formas: diversificando os emissores dos títulos e a modalidade da taxa paga (se é pré-fixada, pós fixada ou indexada a algum índice, por exemplo o IPCA +).  

Como diversificar os investimentos em renda fixa? 

Na diversificação do emissor, é importante lembrar que os títulos como CDB e LCI são emitidos por entidades financeiras, como bancos e, portanto, recebem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre até R$ 250 mil por CPF e por Instituição. Por isso, se o investidor possui mais de 250 mil reais para investir, deve pensar em não colocar no mesmo banco, para diminuir o risco de crédito. 

Além disso, é importante observar o prazo de cada ativo. O chamado “duration” é um ponto que deve ser observado e pode interferir e muito em cada estratégia de alocação. 

Outra dica importante é fugir da poupança, porque ela perde para a inflação. Por mais que você ache que está ganhando dinheiro, está, na verdade, perdendo poder de compra. O que você compraria hoje com 100 reais, não compra daqui a um ano. 

Se você ainda está na poupança e quer melhorar seus ganhos, a seguir eu elenco algumas opções. 

Tesouro Direto

Criado em 2002, é o sistema mais democrático para ações em renda fixa pois permite investimentos a partir de R$ 30 reais. Basicamente, ao comprar títulos do Tesouro Direto, estamos emprestando esse dinheiro para o Governo Federal. Na emissão o investidor já sabe qual a remuneração que o título receberá, sendo, pré, pós ou indexada. 

CDB/LCI 

O CDB é um Certificado de Depósito Bancário, emitido por instituições financeiras para captar dinheiro para que possa financiar e emprestar para pessoas físicas ou jurídicas. É como no tesouro, mas ao invés de emprestarmos para o Governo estamos emprestando para os bancos. O CDB também possui taxas pré, pós ou indexada. A LCI funciona da mesma forma, mas o dinheiro captado é destinado a financiamentos imobiliários nas quais as letras de crédito são lastreadas. Além de excelente opção ao investidor, a LCI possui isenção de Imposto de Renda. 

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