Estamos vivendo um momento histórico, que está transformando completamente o mercado de investimentos no Brasil: nossa taxa de juros está rendendo abaixo da inflação. Na prática, isso significa que o juro real (aquilo que você realmente ganha quando investe, descontando a inflação) está cada vez menor. Dado este cenário, você pode estar se perguntando: Como investir bem em um cenário de juros baixos?
LEIA MAIS: Não é Toda Inflação que Importa
Até 2016, com as taxas de juros em torno de 14%, era fácil ganhar dinheiro com produtos de renda fixa. Muitas pessoas investiram em produtos financeiros com baixa rentabilidade por influência dos grandes bancos e é claro, pagando altas taxas por isso. Era comum, por exemplo, ver fundos DI (os tipos mais básicos de investimento) cobrando taxas de administração de 4% ao ano.
Mas, o rendimento real está cada vez mais próximo de zero - quando não está negativo. Isso acontece porque, além de os juros básicos estarem mais baixos, a inflação também está mais alta. E qual é o resultado disso tudo? Fica cada vez mais difícil obter bons rendimentos na renda fixa.
Então a solução dos problemas para retornos maiores é deixar de investir em renda fixa, é isso? Não! O ideal é diversificar, considerando classes de ativos diferentes (renda fixa e renda variável), segmentos e posições geográficas distintas. A renda fixa deve sempre estar presente pelo menos em parte da sua carteira, pois ela serve como um colchão para amortecer o sobe e desce do mercado, reduzindo o risco de potenciais perdas de patrimônio. É importante destacar que a melhor forma de construir um portfólio resiliente é tendo um conjunto de investimentos que, associados, resultem em uma relação risco x retorno saudável.
Os países desenvolvidos já convivem com essa realidade há muito mais tempo. Aliás, esse é o grande motivo pelo qual as bolsas de valores no exterior são tão populares. Nos EUA, por exemplo, 65% da população investe em ações. Já no Brasil, mais de 60% do dinheiro dos brasileiros está em produtos de renda fixa mais básicos como poupança, CDBs e fundos DI, todos produtos de banco. Só a poupança já corresponde a 39% do montante de recursos mantidos em renda fixa. São produtos amplamente acessíveis, mas, por serem muito simples, só se sustentam em um cenário de juros altos. Agora estamos vivenciando pela primeira vez aqui no Brasil uma migração massiva da renda fixa tradicional para produtos mais sofisticados.
Isso quer dizer que é preciso sair da poupança e ir direto para ações? Não! Isso vai depender sempre do seu perfil de risco. Se você tem um perfil mais conservador, pode sair da poupança e começar a investir em uma carteira conservadora, mas com diversificação. Essa carteira pode englobar investimentos como fundos de renda fixa de maior qualidade, fundos multimercados, entre outros. Para que essa mudança seja feita de maneira adequada é preciso sofisticar a estratégia. Independente do patamar de juros, ter uma carteira diversificada e compatível com o seu perfil significa segurança e tranquilidade.
Para quem tem um objetivo de curto prazo, por exemplo de comprar um imóvel no ano que vem, o ideal é buscar uma alocação com retornos mais previsíveis. Mas, para quem tem um objetivo de longo prazo, como parar de trabalhar daqui a 20 anos, uma carteira com uma parcela maior de ativos com renda variável pode ser interessante. Lembre-se: os objetivos não são excludentes, são complementares. Você pode e deve investir quantias com diferentes propósitos, desde que isso seja feito de forma organizada e não te faça perder o foco.
Neste cenário mais complexo para conseguir bons rendimentos, o apoio de profissionais de investimentos sem conflito de interesses é fundamental. Mais do que nunca é hora de buscar profissionais qualificados para ajudar a tomar as melhores decisões com base na sua realidade e nas suas metas. Além disso, esse apoio ajuda a monitorar a sua estratégia, e rende bons frutos no longo prazo. Uma carteira diversificada é uma carteira sofisticada e protegida contra grandes quedas do mercado, o que te ajuda a recuperar perdas muito mais rápido.