- Os retornos dos títulos do Tesouro dos EUA subiram com a força inesperada do mercado de trabalho americano em setembro.
- Com isso, o dólar se aproxima de um importante patamar de resistência.
- A moeda americana pode seguir sua trajetória de alta, enquanto o euro pode enfrentar pressão de baixa, se perder um nível crítico de suporte.
Após a divulgação do relatório de empregos urbanos nos EUA nesta manhã, as taxas dos títulos do Tesouro americano alcançaram novas máximas no ano, diante da robusta geração de vagas de trabalho em setembro, que acabou ficando bem acima da previsão dos analistas.
No momento da redação desta análise, a taxa de 10 anos avançava 2,5%, aumentando a inclinação da curva de juros de 10-2 anos.
Com isso, o Índice Dólar subiu meio ponto percentual, aproximando-se da marca de 107, enquanto o euro voltou para o nível de suporte de 1,05 contra a moeda americana.
Em termos de fundamentos, tal movimentação representa uma notável inversão em relação ao sinal precedente de fragilidade no mercado de trabalho dos EUA, como chegaram a indicar os dados da ADP para o setor privado, que vieram aquém das expectativas no começo da semana, exercendo pressão de baixa sobre a divisa americana.
Isso ocorre após as palavras de Mary Daly, presidente do Federal Reserve de São Francisco, sugerindo que talvez não seja necessário um novo ajuste nas taxas de juros, dada a progressão da inflação rumo à meta de 2%.
Adotando uma perspectiva mais cautelosa em sua fala, Daly aludiu à possibilidade de um cenário de estabilidade nas taxas, destacando indícios de moderação no mercado de trabalho e alinhamento com a meta inflacionária. Caso o entendimento de Daly seja respaldado por outros dirigentes do Fed, poderíamos presenciar uma revisão por parte dos 12 entre 19 membros que anteriormente eram a favor de uma elevação das taxas até o término do ano, conforme deliberado na reunião anterior.
Em contraste, certos analistas defendem que o Federal Reserve já promoveu o ajuste necessário, argumentando que o mercado tem capacidade de se autorregular sem mais incrementos nas taxas de juro no horizonte próximo. Dada a expectativa de manutenção de taxas elevadas no clima de confiança estabelecido pelos EUA, a demanda por títulos tende a crescer, com possíveis futuras elevações de juro.
Análise técnica: DXY, EUR/USD:
Ao avaliarmos tecnicamente o Índice Dólar, o DXY parece querer testar o nível crítico de resistência em 108, em reação ao último relatório de empregos. Em um olhar mais abrangente, o dólar provavelmente sustentará seu movimento ascendente, desde que opere acima do nível de 106.
Em relação ao EUR/USD, o discurso em torno da interrupção de aumentos nas taxas de juros na zona do euro intensifica-se à medida que as taxas americanas avançam.
Sob essa ótica, caso o dólar rompa o marcador crítico de 1,0435, a paridade torna-se um alvo viável, dada a limitação do espaço subjugado a esse nível.
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Aviso: o autor deste artigo não detém ativos nos instrumentos financeiros mencionados.