Projetamos um rali do 4º tri de 2022 ao 1º tri de 2023. O movimento está tecnicamente intacto com a relação ouro/cobre, que vem em tendência de queda desde meados do ano passado. Além disso, o rali do mercado global foi liderado pelo cobre e as empresas que fazem a sua extração do solo. Portanto, a relação ouro/cobre registrou uma trajetória descendente, mesmo com o ouro em tendências de alta em relação a algumas outras commodities e os mercados acionários.
No entanto, observando o cenário mais amplo (gráfico mensal), é possível constatar uma ascensão lógica em meio à fase mais aguda da crise sanitária de 2020, bem como o crash igualmente lógico de volta à tendência, com pouco espaço de manobra abaixo da linha inferior do canal em 2021.
Em seguida ocorreu a recuperação de 2022, preenchendo um gap aberto. A recuperação do ano passado na relação ouro/cobre ocorreu na esteira de operações baseadas na inflação. Agora, voltou à tendência com o risco do lado do cobre e o potencial retorno do lado do ouro.
O resultado disso para os mercados mais amplos, se a relação ouro/cobre subir novamente, seria um efeito anti-inflacionário, anticíclico e pró-contração.
Há outros sinais cíclicos positivos em jogo que vêm guiando o rali do 4T/22-1T/23, e a relação ouro/cobre ainda não iniciou um novo movimento de alta. Mas, com base na relação risco/retorno, a linha inferior do gráfico acima (ouro durante operações de inflação pós-2020) é muito menos arriscada do que ao longo da linha superior (durante a histeria de 2020). As áreas cíclicas e mais sensíveis à inflação na economia devem registrar piores desempenhos nesse cenário. Por isso, é bom ficar de olho e boas ações com exposição ao ouro.