Recapitulando…
Em 25/06, a equipe econômica do governo apresentou a segunda fase da reforma tributária, a qual previa, dentre outras medidas, o fim da isenção de IR sobre os rendimentos dos FIIs.
Desde então, os investidores dos Fundos Imobiliários passaram por uma verdadeira montanha-russa de emoções. Afinal de contas, a isenção dos rendimentos sempre foi uma grande vantagem desses fundos, pelo fato de proporcionar às pessoas físicas uma renda passiva mensal livre das mordidas do Leão.
Em meio a toda essa incerteza, vimos o IFIX amargurar quedas que há muito tempo não ocorriam…
O pessimismo também elevou bastante a volatilidade do mercado de FIIs, que sempre foi reconhecido por oscilar muito menos do que as ações…
Mas você sabe como é: o Brasil não é para brincadeira!
Somos um eterno convite ao risco e vivemos reviravoltas que deixam qualquer novela mexicana no chinelo!
Por que seria diferente desta vez?
De lá para cá
Após pouco mais de duas semanas desde o anúncio da proposta, vimos circular, na segunda-feira (12), notícias de um possível acordo entre o ministro Guedes e o presidente da Câmara, Arthur Lira, para a manutenção da isenção sobre os rendimentos dos FIIs.
Sendo que o burburinho foi confirmado na terça-feira (13), quando o relator do Projeto de Lei apresentou o parecer preliminar sobre o texto aos líderes partidários.
Nele, também foi mantida a regra atual com relação à tributação sobre os ganhos de capital, que prevê uma alíquota de 20 por cento na venda das cotas de FIIs, acima dos 15 por cento originalmente propostos na reforma tributária.
O substitutivo também prevê a possibilidade de compensação de lucros e prejuízos passados entre FIIs e ações – respeitada a proporcionalidade da tributação entre os dois ativos –, o que hoje não é permitido.
Com isso, vimos uma importante melhora no humor do mercado, que retomou os patamares pré-reforma, com o IFIX subindo quase 5 por cento desde o seu pior momento.
Investir é 110 por cento psicológico!
Logo após a apresentação da reforma – e no auge do estresse no mercado –, comentei o seguinte trecho no Nord Insights de 28/06:
“O importante agora é o investidor manter a calma e a racionalidade antes de tomar qualquer decisão, pois o projeto ainda seguirá os ritos de tramitação no Congresso e teremos diversos debates sobre o tema, sendo que o texto poderá inclusive ser modificado.
Não sabemos ao certo como o mercado reagirá nos próximos dias, por isso a melhor estratégia agora é ter fundos que já estão muito descontados, além de um caixa para aproveitar eventuais oportunidades. Afinal, os FIIs não deixarão de ser bons investimentos para o longo prazo mesmo com o fim da sua isenção.”
Também estive em contato direto com os assinantes para ajudá-los a manter a calma de modo a evitarem qualquer decisão precipitada em um momento de incerteza como aquele.
A figura abaixo nos traz um bom exemplo dos resultados médios de quem vendeu as suas cotas no olho do furacão, comprou ou as manteve até o presente momento.
Marx, então você sabia o desfecho de toda essa história?
Claro que não! Ninguém sabia e/ou sabe, já que a bola continua rolando…
Também é evidente que tudo faz sentido agora, quando visto em retrospectiva, sendo que a história poderia ser distinta da que está sendo desenhada até o momento.
Porém, diferentemente do que pensamos quando estamos dando os nossos primeiros passos no mundo dos investimentos, investir não se trata de tentar prever o futuro – operando eventos binários –, mas sim de tomar decisões em ambientes de incerteza.
E a melhor decisão que poderíamos tomar naquele momento era a de estar posicionados em FIIs que já estavam negociando a preços atrativos, além de ter um caixa no bolso para aproveitar eventuais oportunidades enquanto monitorávamos a evolução dos acontecimentos.
Mas isso somente é possível quando mantemos a calma e a racionalidade enquanto passamos pela tempestade, o que não é nada fácil.
Por isso sempre digo que investir é 110 por cento psicológico!
Os riscos cessaram?
Ainda que o cenário esteja mais favorável no momento para a manutenção da isenção sobre os rendimentos dos FIIs, seguimos com incertezas no radar.
Até porque, como pontuou uma vez o ex-ministro Pedro Malan, no Brasil, o passado é incerto e o futuro duvidoso…
É importante que o investidor também tenha em mente que esta não foi a primeira vez que tentaram taxar os rendimentos dos FIIs e, se mantida de fato a isenção, provavelmente não será a última.
Esse é um risco que sempre deve estar em nosso radar!
Isso demonstra a importância de você contar com ajuda profissional na hora de investir.
Um abraço e até a próxima.