Este ano deverá ser de recuperação das margens na pecuária de corte.
A variação anual dos preços do boi gordo está acima da registrada para os custos de produção. Este fato vem sendo observado em todos os meses deste ano.
Utilizamos nesta análise os índices de custo de produção calculados pela Scot Consultoria, gerados através da variação no preço dos insumos envolvidos na produção, ponderados de acordo com seu grau de utilização em cada perfil de sistema.
Veja na tabela 1 a variação nos últimos doze meses, do Índice Scot de Custo de Produção da Pecuária de Corte de Baixa Tecnologia, Alta Tecnologia e do boi gordo.
Tabela 1.
Variações anuais do Índice Scot de Custo de Produção da Pecuária de Corte de Baixa Tecnologia (ICBT), Alta Tecnologia (ICAT) e para o boi gordo em São Paulo, em julho/14.
A variação anual do preço do boi gordo em São Paulo está 115,2% acima da maior variação dentre os índices de custos analisados, referente ao sistema de baixa tecnologia.
Desempenho em 2014
O desempenho do boi gordo, frente aos custos, merece atenção este ano. Na figura 1 está a evolução da variação, no intervalo de doze meses, destes indicadores desde o início do ano passado.
A comparação entre a variação do custo e da arroba do boi teve uma melhora significativa no início de 2014. O melhor momento do ano, até então, foi em março.
Após este mês, com a estabilização da alta do preço do boi e o avanço dos custos de produção, houve um encurtamento da diferença entre a variação da cotação do bovino terminado e dos custos de produção.
Porém, apesar desse encurtamento, a situação se manteve positiva até o momento.
Perspectivas
Segundo a projeção do mercado futuro até o fim do ano (no fechamento desta carta, em 25/7), o boi gordo deve fechar o ano com alta, na comparação dezembro-dezembro, de 10,7%. Na comparação das médias de 2013 e 2014, a variação positiva fica em 19,0%.
Na média dos últimos dez anos, a variação da média anual dos custos de produção foi de 8,4%, tanto para os sistemas de baixa como o de alta tecnologia.
Este ano, na média de janeiro a julho, a variação acumulada para os sistemas de baixa e alta tecnologia está em 7,6% e 4,6%, respectivamente.
Dessa forma, por mais que os custos subam ao longo dos próximos meses, é provável que tenhamos um bom ano para a pecuária de corte, com melhoria da margem da atividade.
Gustavo Aguiar
zootecnista
Scot Consultoria