2021 já começou no mercado financeiro. A longo prazo, receita, Ebitda e lucro maior significam ações em alta. O 3T20 foi ótimo, e a recuperação cíclica da economia já começou.
No mercado financeiro, 2020 já acabou.
Foi um ano dificílimo em muitos aspectos – tivemos enormes problemas pessoais e profissionais.
Não consigo nem imaginar o tamanho dos problemas que você teve que lidar em 2020. Todos tivemos.
2020 não vai deixar saudades.
O maior benefício de escrever diariamente é que podemos voltar no tempo.
Voltar ao passado para entender como pensávamos e como imaginávamos o futuro.
Claro, tudo fica muito mais claro olhando no retrovisor.
Em 2 de janeiro de 2020, com o Ibovespa a 117 mil pontos, argumentei que o Ibovespa deveria estar em 214 mil pontos.
Como sempre, estou sendo otimista com a bolsa à beira do precipício.
Meu argumento era que a rentabilidade das empresas do Ibovespa é de +12 por cento ao ano, e o índice deveria subir mais ou menos isso por ano.
Mas havia subido apenas +5 por cento ao ano na década, então o IBOV estava "devendo" a alta.
Mas claro, o IBOV só sobe se os resultados das empresas sobem.
Faltou esse pedaço da equação.
Em 19 de fevereiro de 2020, à beira do impacto da pandemia em nossa bolsa, argumentei que Guedes tinha um plano para o país.
E seu plano estava sendo colocado em prática: menos Estado, reformas para destravar crescimento, redução das desigualdades e liberação do espírito animal do empreendedor brasileiro.
Suas reformas continuam sendo colocadas em prática – o Senado acabou de aprovar a independência do Banco Central.
Seu plano, apesar das brigas internas, confusões e declarações desnecessárias, continua sendo colocado em prática.
Mas aprovar as reformas leva tempo. Os impactos econômicos das reformas levam ainda mais tempo.
Tivemos um vislumbre "do que seria" no início de 2020.
Está acontecendo de novo.
No Value Investing dos maiores investidores de todos os tempos, Warren E. Buffett e Charles T. Munger, só os resultados importam.
Se os resultados são fortes e crescentes, as ações (e o mercado) serão fortes e crescentes.
O Valor Econômico, na última sexta-feira, nos disse:
Os jornalistas, temerosos que são de serem otimistas demais e errarem a manchete, colocam SEMPRE uma chamada mitigante no subtítulo.
A longo prazo, os preços das ações seguem os resultados das empresas.
Os resultados das empresas já são melhores do que eram no terceiro trimestre de 2019.
Sem os bancos, segundo a reportagem, no 3T20, contra o 3T19, a receita das empresas subiu +11 por cento e o lucro subiu +20 por cento.
Mesmo com a economia ainda combalida, segunda onda, dólar nas alturas, lockdown... o crescimento voltou, minha gente!
O espetáculo do crescimento voltou.
A bolsa sobe a longo prazo porque os resultados das empresas sobem.
A receita sobe, o Ebitda sobe, o lucro sobe e as ações sobem.
Contudo, o mercado não é nem um pouco inteligente. O mercado não pensa a longo prazo.
Ibovespa (branco) e Ebitda das empresas do Ibovespa (acumulado de 12 meses, azul)
Nas crises, como vemos acima, os movimentos são violentíssimos – tanto dos resultados (Ebitda em azul) quanto das ações (IBOV em branco).
Marcamos os dois grandes impactos recentes nos resultados: a crise de 2015-2016 e a pandemia em 2020.
Como diria Buffett:
"Esta pessoa imaginária lá fora – Sr. Mercado – é tipo um psicopata bêbado. Alguns dias ele fica muito entusiasmado e alguns dias ele fica muito deprimido" – Warren E. Buffett.
O mercado responde violentamente às crises, mesmo sabendo que as empresas se recuperam depois do choque inicial.
O mercado não é inteligente. Inteligente é quem se aproveita dele.
Inteligente é quem ganha dinheiro em cima dos incautos – aqueles que, não sabendo o que fazem, vendem no desespero.
Aproveite.
Vou colocar a bunda na janela (termo "técnico" do mercado financeiro que significa “tomar risco”).
Adoro esse termo.
Assim como tivemos um belo rally no início de 2020, olhando a saída da crise de 2015-2016, teremos o #Rally2021.
Motivos não faltam:
1. Reformas estruturantes começando a dar resultado.
2. Juros baixos que trazem MUITO mais dinheiro para a economia real.
3. Dólar alto que torna a indústria mais competitiva e rentabiliza as exportações.
4. Pressão fiscal diminuindo drasticamente com o fim do auxílio emergencial (e crescimento do PIB).
5. Por fim, o principal motivo: a recuperação cíclica da economia combalida pela crise do Coronavírus em 2020.
Teremos crescimento de 3 por cento, ou mais, somente nos recuperando da grande recessão que sofremos em 2020.
A receita sobe, o Ebitda sobe, o lucro sobe e as ações sobem.
Uma ótima resposta de engenheiro é: "depende".
O tamanho e a duração do #Rally2021 depende dos resultados das empresas.
Enquanto a receita crescer, o Ebitda crescer e o lucro crescer, teremos ações em alta.
Se tivermos forte recuperação cíclica da economia com aprovação de reformas, o céu é o limite.
Acabamos de passar por (mais) uma década perdida. A próxima década pode ser o renascimento do Brasil.
Podemos, claro, ter mais um choque e outra crise em 2021, como tivemos em 2020.
É improvável, mas é possível.
No mercado financeiro, 2021 já começou. Já começou faz tempo.
Compre ótimos negócios com Ebitda e lucros crescentes, preço baixo e alta visibilidade de resultados. Siga os resultados.
É muito simples.
A estratégia de Buffett e Munger é transformadora para o seu patrimônio.
Feliz 2021.