Após ficarem atrás dos volumes parciais de 2022 em praticamente todo o ano, as exportações de carne bovina conseguiram superar o recorde de volume no fechamento de 2023, segundo dados da Secex.
Foram 2,01 milhões de toneladas, considerando a carne bovina in natura, a maior quantidade já exportada. A propósito, entre 2016 e 2023, apenas uma vez houve diminuição do volume exportado, ocorrida em 2021, com recuo de 9,5%. Cabe o destaque que naquele ano houve suspensão das vendas à China na reta final do ano, quando o país compra bons volumes.
O preço médio da tonelada de carne bovina in natura exportada caiu 20,1%, o que impediu que o aumento de volume se convertesse em faturamento recorde. A receita em dólares (US$9,5 bilhões) cedeu 19,6%, frente a 2022. Apesar da redução relevante, ainda foi o segundo maior da história, considerando a série nominal.
Para a carne de aves, volume e faturamento foram recordes. Foram 4,8 milhões de toneladas, aumento anual de 8,7% e um faturamento de US$9,0 bilhões, acréscimo de 0,9%, mais sutil que o observado para o volume porque a cotação média em dólares recuou 7,1%, para US$1,86 mil/t.
Cenário semelhante foi observado para a carne suína in natura, mas para essa até o preço médio em dólares aumentou. A cotação foi deu R$2,4 mil/t, acréscimo de 1,8% na comparação anual. O volume atingiu 1,1 milhão de toneladas e o faturamento chegou a US$2,6 bilhões, sendo esses dois resultados os melhores da história.
Somando os recordes das três carnes, o volume de 7,9 milhões de toneladas obviamente foi o maior já observado, aumento de 6,3% em relação a 2022.
O faturamento em dólares, US$21,1 bilhões, foi o segundo maior, mas 8,7% aquém do recorde registrado em 2022.
Figura 1.
Variação dos resultados das exportações de carnes in natura em 2023, na comparação com 2022.
Fonte: Secex / HN AGRO
Considerações
Para 2024, as expectativas do USDA são de aumento de 3,6% para os embarques brasileiros de carne bovina, na comparação anual. Para as carnes de frango e suína as projeções são de incrementos de 3,7% e 5,5% respectivamente.
Com cenário de exportações em bom ritmo e custos de produção, com destaque para o milho, em alta, podemos ter preços mais firmes para as carnes suína e de frango em 2024.
Para a carne bovina, isso é benéfico, se soma à expectativa de boas exportações e possível redução dos abates e oferta de carne. Tal redução vai depender da evolução dos preços do bezerro, com oferta provavelmente menor, e da atratividade da cria.