Como não poderia ser diferente, as atenções locais hoje se fixam no IPCA-15 e a possibilidade de uma deflação ainda mais intensa do que aquela observada no índice fechado de julho, devido à queda de combustíveis e também, alimentação.
Em julho, a pressão de alimentos se concentrou fortemente na alimentação fora do lar, num movimento composto entre as férias escolares e o retorno de parte do pessoal que deixou o home office, abrindo espaço para restaurantes, lanchonetes e similares recomporem margem, achatada pela inflação.
O movimento teve um pico praticamente no IPCA-15 do mês passado e desde então, se tornou mais um item na descompressão da inflação, compondo a deflação que deve ser observada hoje, que deve se repetir no índice fechado, em meio ao residual ainda a ser mensurado de novas quedas de combustíveis e alimentos.
Ainda que o petróleo esteja oscilando de maneira mais acentuada recentemente, como consequência principalmente da possibilidade tanto da reentrada do Irã na produção – forçando o preço para baixo – e a resposta da OPEP+, cortando a produção – forçando o preço para cima – não se pode descartar mais um corte no preço dos combustíveis, o que pode inclusive afetar a inflação de setembro.
No mercado, as atenções continuam focadas em Jackson Hole, que começa amanhã e reagem ao discurso aparentemente mais hawkish de Neil Kashkari ontem, indicando que o Fed se tornará mais dovish, somente quando a inflação assim permitir, contrariando a percepção de recessão, nos dados observados ontem.
O PMI de serviços nos EUA ontem afundou para 44 pontos, muito abaixo da expectativa de leve recuperação de 47,3 para 49,8 e puxou o índice composto para 45 pontos, mantendo somente manufaturas ainda em expansão.
Além disso, o mercado imobiliário continua a sinalizar o peso das pressões observadas nos Treasuries, com queda marginal em julho de -12,6% nas vendas de imóveis novos, incrementando a queda de -7,1% revisada em junho e mais acentuado do que as projeções de -2,5%.
Os sinais de contração econômica nos EUA se avolumam, o que dificulta ainda mais o trabalho da condução da política monetária do Fed, porém, assim como na Europa, são consequência direta da inação dos Bancos Centrais contra a inflação, na expectativa de que não estivessem errados.
Estavam, e o tempo todo.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, após os comentários de Kashkari manterem os mercados hesitantes.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com queda no Nikkei e nas bolsas chinesas, após perdas trimestrais do fabricante de veículos elétricos, Xpeng (NYSE:XPEV).
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, sem rumo, alta no minério de ferro e queda no cobre.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, à medida que os temores de um corte de produção iminente da OPEP+ diminuem.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,04%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1059 / -1,02 %
Euro / Dólar : US$ 0,99 / -0,281%
Dólar / Yen : ¥ 136,60 / -0,154%
Libra / Dólar : US$ 1,18 / -0,414%
Dólar Fut. (1 m) : 5116,00 / -1,01 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,71 % aa (-0,20%)
DI - Janeiro 24: 13,08 % aa (-0,57%)
DI - Janeiro 26: 11,64 % aa (-1,98%)
DI - Janeiro 27: 11,61 % aa (-1,94%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,1326% / 112.857 pontos
Dow Jones: -0,4658% / 32.910 pontos
Nasdaq: -0,0022% / 12.381 pontos
Nikkei: -0,49% / 28.313 pontos
Hang Seng: -1,20% / 19.269 pontos
ASX 200: 0,52% / 6.998 pontos
ABERTURA
DAX: -0,202% / 13167,58 pontos
CAC 40: -0,043% / 6359,28 pontos
FTSE: -0,327% / 7463,63 pontos
Ibov. Fut.: 2,06% / 114850,00 pontos
S&P Fut.: -0,03% / 4129,25 pontos
Nasdaq Fut.: -0,045% / 12891,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,56% / 124,61 ptos
Petróleo WTI: 0,69% / $94,39
Petróleo Brent: 0,70% / $100,92
Ouro: -0,11% / $1.746,51
Minério de Ferro: 0,74% / $104,00
Soja: 1,72% / $1.592,00
Milho: 1,44% / $668,25
Café: 1,63% / $234,40
Açúcar: 0,95% / $18,03