Parece que o medo da variante Ômicron do coronavírus diminuiu. O real porém não acompanhou o humor das commodities.
O dólar voltou a subir com a perspectiva de um aumento da taxa Selic menor do que o esperado. Como os juros não devem subir tanto, isso tira um pouco da atratividade do investimento no Brasil.
As expectativas de que os estímulos na economia americana acabem antes do que o esperado e com apostas em aumentos antecipados de juros nos Estados Unidos fortalecem o dólar.
Também contribui para a postura defensiva dos agentes e alta do dólar a contínua deterioração das expectativas para a economia brasileira e certa cautela em torno da questão fiscal, à espera da promulgação da PEC dos Precatórios.
As eleições presidenciais (do ano que vem) devem ter relevância cada vez maior no câmbio dada sua relação próxima com os riscos fiscais. A exposição da União aos chamados riscos fiscais específicos alcançou 4,2 trilhões de reais em 2021, uma elevação de 130 bilhões na comparação com o ano passado.
Com mínima a R$ 5,6380 e máxima R$ 5,7020, o dólar à vista fechou em leve alta de 0,18%, a R$ 5,6903.
A mediana das projeções do Focus para a taxa de câmbio no fim deste ano subiu de R$ 5,50 para R$ 5,56.
Fatores técnicos locais, como remessas típicas de fim de ano e a compra de dólares dos bancos por causa do overhedge, mantêm o real vulnerável.