Ainda que ouvir falar em desvalorização do real não seja algo incomum atualmente, ao tomar certo distanciamento para analisar o tema, ficamos espantados. Em 2020, a nossa moeda foi a que mais se desvalorizou em relação ao dólar, com uma depreciação de mais de 28%.
Em 2021, mesmo com a recente alta da taxa Selic para 2,75% a.a., a nossa moeda parece não reagir. Exemplo disso foram as recentes notícias sobre o primeiro trimestre do real, que já viu o dólar saltar mais de 8%. É a terceira pior posição entre 33 moedas.
A explicação para isso é o incômodo com a má gestão da pandemia. O mercado tem acompanhado com certa apreensão os desdobramentos das questões orçamentárias e fiscais. Além disso, mesmo com o aumento do ritmo da vacinação, a descoberta de novas variantes é outro ponto que preocupa, assim como o número de mortes diárias.
De qualquer forma, é possível ver alguma evolução no modo como o governo tem tratado a questão sanitária. Por outro lado, ainda dependemos de insumos vindos do exterior e para que a campanha nacional avance a passos largos, infelizmente ainda dependemos da ajuda de outros países.
Em relação aos investimentos, não é preciso explicar que a diversificação com ativos internacionais faz total sentido neste momento.
Contudo, um movimento tem chamado a atenção e caso você queira ter exposição em dólar, é preciso olhar isso com calma. Os yields dos treasuries americanos têm aumentado devido à inflação por lá.
Caso a taxa de juros seja reajustada para cima pelo Federal Reserve, ativos de renda variável podem sofrer, não só nos Estados Unidos, mas em todo o mundo.
Se você tem dúvidas sobre como investir no exterior ou quer começar a seguir este caminho, sugiro que busque a ajuda de um profissional. Em paralelo, não deixe de acompanhar os mercados e estudar novos temas.