O que mais se notabilizou ontem foi o distanciamento dos ativos locais do mercado internacional, em vista à continuidade dos ruídos políticos, onde o real só não acompanhou a mesma performance dos ativos, dada a forte desvalorização global do dólar, em especial contra os emergentes.
Mas notadamente, um dos mercados mais reativos às questões ligadas à política fiscal no Brasil continua a ser o de juros futuros, com a adição quase imediata de prêmio, em especial com a deterioração das perspectivas fiscais.
Nem poderia ser diferente, pois a experiência mostra que a resposta aos eventos de natureza fiscal decai necessariamente no aumento da necessidade de financiamento do setor público, emissão de moeda ou aumento de impostos para sustentar tal perdularismo e no fim, se a confiança dos agentes se deteriora demais, ao ponto de disparar os juros, o custo de sustentação da dívida se converte em uma dominância fiscal.
Apesar dos mais incautos acreditarem que o mercado financeiro dita proativamente qualquer coisa, na verdade o mercado meramente opera reativamente à leitura do cenário e com isso, a deterioração dos ativos na maioria das vezes é, dado o informacional disponível, somente uma resposta.
O que surge agora são as notícias de que Guedes deve enviar um orçamento mais rígido ao congresso e sem sinais de aumento do bolsa família, para que se entenda que haverá respeito à “res publica”. Todavia, isso não bate com as perspectivas do executivo em adotar um expediente assistencial mais generoso, até mesmo para enfrentar as eleições do próximo ano.
Aliado a isso tudo, vem a ausência de uma reforma tributária ampla, a discussão sobre os precatórios, que peca na forma, porém não no conteúdo, e toda a sequência de reformas que está na fila para aprovação do congresso.
Dentre elas, uma das mais importantes é a administrativa, porém já recebeu um revés de Lira, ao defender os servidores públicos dos possíveis “sacrifícios” das reformas e traz mais um esfriamento do tema.
Por fim, a performance da economia - positiva neste momento – pode se perder tanto na inflação elevada, catalisada pela volatilidade cambial, como na consequente elevação de juros e redução de ímpeto dos investidores.
No fim, a possibilidade de avanços é o que vai dar base à melhora dos ativos de mercado financeiro e não o contrário.
Paulo Guedes sabe disso, só parece ter esquecido.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com a aprovação definitiva da vacina da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34).
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, puxados por Hong Kong e também pelo otimismo com a vacina.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção somente ao ouro.
O petróleo abre alta em Londres e Nova York, ajudado por um dólar global mais fraco.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,35%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 5,3806 / 0,00 %
Euro / Dólar : US$ 1,17 / -0,094%
Dólar / Iene : ¥ 109,73 / -0,018%
Libra / Dólar : US$ 1,37 / -0,066%
Dólar Futuro. (1 m) : 5385,39 / -0,21 %
Juros futuros (DI)
DI - Julho 22: 7,98 % aa (-0,25%)
DI - Janeiro 23: 8,49 % aa (1,07%)
DI - Janeiro 25: 9,74 % aa (1,88%)
DI - Janeiro 27: 10,19 % aa (1,90%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,4922% / 117.472 pontos
Dow Jones: 0,6140% / 35.336 pontos
Nasdaq: 1,5494% / 14.943 pontos
Nikkei: 0,87% / 27.732 pontos
Hang Seng: 2,46% / 25.728 pontos
ASX 200: 0,17% / 7.503 pontos
ABERTURA
DAX: 0,346% / 15907,27 pontos
CAC 40: -0,287% / 6663,93 pontos
FTSE 100: -0,225% / 7093,06 pontos
Ibovespa Futuros.: -0,54% / 118116,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,172% / 4483,20 pontos
Nasdaq 100 Futuros: 0,319% / 15346,50 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: 0,71% / 93,80 ptos
Petróleo WTI: 1,10% / $66,70
Petróleo Brent: 1,21% / $69,88
Ouro: -0,12% / $1.805,07
Minério de Ferro: 2,27% / $159,40
Soja: 1,14% / $1.308,25
Milho: 0,84% / $541,25
Café: 0,14% / $180,65
Açúcar: 0,10% / $19,74