- O ouro renovou recentemente novos recordes, mas sinais de exaustão começam a aparecer.
- Uma correção pode estar no horizonte caso as tensões geopolíticas diminuam ou as bolsas dos EUA retomem força.
- A tendência altista persiste, mas os indicadores de sobrecompra sugerem que a cautela é recomendada.
O ouro ultrapassou a marca dos US$ 3.000 na semana passada, renovando recordes em meio à forte demanda por proteção e compras consistentes por parte de bancos centrais. Após uma leve correção no final da última semana, o metal voltou a subir nesta segunda-feira, beneficiado pela desvalorização do dólar norte-americano frente a outras moedas. A dúvida que paira: esse movimento ainda tem fôlego ou está se aproximando de um ponto de inflexão?
Do ponto de vista técnico, o rali do ouro parece esticado, o que abre espaço para uma correção. Em termos fundamentais, há potenciais pressões negativas no radar. Caso tensões geopolíticas arrefeçam — com promessas de Trump sobre resoluções nos conflitos da Ucrânia e Gaza —, a busca por segurança tende a perder força. Além disso, o nível atual de preços pode estimular o aumento da produção por mineradoras e esfriar o apetite de bancos centrais por novas aquisições.
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Outro elemento a ser monitorado é o desempenho das bolsas. Se os mercados acionários se estabilizarem ou iniciarem um novo ciclo de valorização, parte dos investidores pode reavaliar sua alocação em ouro e migrar novamente para ativos de risco.
No curto prazo, o caminho do metal será guiado pelo dólar e pelos dados econômicos dos EUA. Os PMIs preliminares da S&P divulgados hoje devem ter pouco impacto, mas a atenção se volta para a divulgação, na sexta-feira, do índice de preços PCE núcleo, métrica de inflação preferida pelo Federal Reserve.
Os dados recentes de inflação têm apresentado sinais mistos. Enquanto o IPC e o RPI vieram abaixo das expectativas, a pesquisa da Universidade de Michigan apontou para uma alta nas expectativas inflacionárias. O presidente do Fed, Jerome Powell, tentou tranquilizar os mercados, destacando que as projeções de longo prazo seguem ancoradas. Ainda assim, o mercado projeta um avanço mensal de 0,3% no PCE núcleo. Uma surpresa nesse número pode mexer com o dólar e com as expectativas sobre juros, afetando diretamente o ouro.
A tendência segue altista, mas indicadores técnicos sugerem que o fôlego pode estar se esgotando. O IFR diário apresenta divergência negativa: o preço do ouro renovou máximas, mas o indicador de força relativa não acompanhou, o que costuma sinalizar enfraquecimento do movimento.
O metal encontrou resistência entre US$ 3.032 e US$ 3.043, zona de extensão de Fibonacci. Embora tenha tocado US$ 3.057, fechou a semana abaixo desse intervalo, indicando perda de ímpeto no curtíssimo prazo.
Entre os suportes relevantes, o nível psicológico de US$ 3.000 mostrou-se resiliente na sexta-feira e segue como linha de defesa dos comprados. A faixa entre US$ 2.930 e US$ 2.956 também ganha relevância, por coincidir com a média móvel exponencial de 21 dias e a linha de tendência ascendente.
Nos gráficos de prazo mais longo, o sinal de sobrecompra é evidente. O IFR mensal está acima de 70 desde abril de 2024 e recentemente atingiu 80 — patamar que, historicamente, antecedeu correções importantes, como em 2011 e durante a pandemia. O IFR semanal, próximo de 75, reforça esse cenário.
Isso não significa que uma reversão seja iminente, mas o contexto favorece uma pausa ou ajuste técnico antes de um novo movimento altista.
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