- Resultados do 3T19 fiscal serão divulgados na terça-feira, 30 de julho, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$ 53,35 B;
- Expectativa de lucro por ação: $US$ 2,09.
Quando a Apple (NASDAQ:AAPL) divulgar seus resultados do 3T fiscal, na terça-feira, os investidores vão querer uma resposta para uma grande dúvida: qual é a intensidade da desaceleração das vendas de iPhones?
Os iPhones, cujas vendas respondem por mais da metade da receita da Apple, são cruciais para o crescimento futuro da companhia, pelo menos no curto e médio prazo. No último trimestre, a Apple divulgou que suas vendas no segundo trimestre fiscal haviam caído 5% em relação ao ano anterior, agravadas pelo declínio de 17% nas vendas de iPhones.
Apesar desse contratempo, os investidores ainda fizeram as ações da Apple subir, principalmente porque esse declínio nas vendas não havia sido tão ruim quanto o mercado esperava. As ações da Apple dispararam 33% neste ano, fechando o pregão de ontem com queda de 0,8%, a US$ 207,02.
Mas esse desempenho melhor do que o esperado não deve esconder o fato de que aqueles problemas destacados pelo CEO Tim Cook em sua carta de janeiro aos investidores ainda persistem. A China, causa principal da queda das vendas da Apple, ainda é uma grande ameaça, pois sua economia está sentindo os efeitos da prolongada disputa comercial com os EUA.
E ainda não se sabe ao certo qual será o resultado das negociações comerciais entre EUA e China. A disputa traz muitos outros riscos ao crescimento futuro da fabricante dos iPhones. O maior deles é a interrupção da enorme cadeia de fornecimento da companhia na China – uma ampla rede de fornecedores de baixo custo – se os dois países falharem em resolver suas diferenças.
Outra camada de incerteza
Para piorar a situação, o Departamento de Justiça dos EUA anunciou recentemente que está abrindo uma nova e ampla investigação antitruste contra as grandes empresas de tecnologia, entre elas: Apple, Amazon.com (NASDAQ:AMZN) e Facebook (NASDAQ:FB). Embora seja extremamente difícil prever qualquer resultado específico para esse novo escrutínio, não há dúvida de que ele adiciona mais uma camada de incerteza sobre a perspectiva dessas empresas e provavelmente afetará os preços das suas ações.
Esses desafios, sem dúvida, não são de nenhuma forma insignificantes e podem continuar gerando ciclos de alta e baixa nas ações da Apple no curto prazo. Mas, em nossa visão, a companhia tem tudo para sair vencedora no longo prazo.
A Apple está tendo sucesso em seu plano de reativar o crescimento das vendas e diversificar sua receita além de iPhones. Os serviços da companhia, que incluem Apple Music, aluguéis de filmes e downloads de aplicativos, tiveram um crescimento de 33% no ano passado, e as vendas atingiram US$ 40 bilhões, respondendo por cerca de 15% das vendas totais de US$ 265,6 bilhões da companhia.
Essa contribuição sem dúvida acelerará assim que a nova linha de serviços da companhia – streaming de vídeo, Apple Pay e jogos – começar a gerar dinheiro. De acordo com uma estimativa do Morgan Stanley (NYSE:MS), os serviços continuarão crescendo e podem gerar cerca de 60% do faturamento da Apple nos próximos cinco anos.
Conclusão
Há uma boa chance de que o balanço do 3T fiscal possa desapontar os investidores da Apple em razão das dificuldades que a companhia enfrenta no atual cenário de incerteza econômica. Mas qualquer queda nos papéis da Apple, em nossa visão, deve ser considerada como uma oportunidade de compra, graças à forte marca global da companhia, posição de caixa e seu ímpeto de diversificação de receitas.