Nome: Square Inc (NYSE:SQ)
Ticker: $SQ
Fundada em: 2009, por Jack Dorsey
Preço: US$251,10
Valor de mercado: US$115,25 bi
Talvez você nunca tenha ouvido falar da Square (SA:S2QU34), mas certamente conhece o sucesso do seu fundador.
A Square foi fundada pelo atual CEO Jack Dorsey, o mesmo empresário que fundou o Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) em 2006. Isso mesmo, em apenas quatro anos ele fundou dois dos maiores gigantes de tecnologia dos Estados Unidos. Com isso, Dorsey ocupa uma rara posição de ser CEO de duas empresas multibilionárias listadas em Wall Street.
A Square começou com uma ferramenta de leitura de cartões para comerciantes e hoje também oferece ferramentas para clientes, como o Cash App, que permite que as pessoas enviem dinheiro para amigos e familiares instantaneamente. Seu lema é ajudar vendedores de todos os tamanhos a iniciar, administrar e expandir seus negócios, o que é bom para toda a cadeia da economia.
O Vale do Silício adora histórias de vida inspiradoras, só que unicórnios de bilhões de dólares nascem não somente de ideias, mas também de trajetórias e desafios pessoais.
Na década de 2000, Jim McKelvey era um soprador de vidro em St. Louis. Ele começou a perder milhares de dólares em vendas porque não tinha como aceitar cartões de crédito da American Express (AMEX) no seu estúdio. Por esse motivo, procurou seu amigo Jack Dorsey e juntos criaram a Square.
Como a Square ganha dinheiro?
Cada cartão passado no leitor gera uma taxa de de 2,6% e 10 centavos a ser paga pelo comerciante. Esse é um número bastante significativo. Em 2019, foram gerados mais de US$ 3 bilhões em receita por meio de taxas de transação. Além disso, como qualquer empresa de tecnologia do século 21, eles oferecem um software de assinatura para os comerciantes. Isso começou como o negócio principal da empresa.
No entanto, os terminais “tap and go” não foram suficientes para transformar a Square em uma empresa de US$100 bilhões.
O surgimento do Cash App em 2013, que é bastante dominante nos Estados Unidos foi um grande marco para a companhia. Com 36 milhões de usuários ativos mensais e mais de 100 milhões de downloads, o Cash App permite que os usuários gastem, economizem e invistam direto de seus celulares.
Embora seja um serviço auxiliar aos bancos tradicionais do cliente, manter uma fração dos saldos bancários de 36 milhões de pessoas gera uma enorme receita através de juros, mas isso é apenas uma parte dos US$ 1,2 bilhão que o aplicativo arrecada a cada ano. Combinado com recursos exclusivos de assinatura, como transferências instantâneas, a operação gerou US$ 377 milhões em lucro no quarto trimestre de 2020, um aumento de 162% no comparativo anual. O aplicativo está se tornando rapidamente o mecanismo de lucro dominante da Square. O lucro do processamento de pagamentos totaliza US$ 427 milhões, com o crescimento se estabilizando na faixa de 13% no comparativo anual.
$BTC
Os números de crescimento do Cash App são impressionantes, mas há um segmento de negócios em expansão a uma taxa astronômica, ou pelo menos é o que os números parecem sugerir.
Não é nenhuma surpresa que um cara como Dorsey seja relevante quando o assunto é Bitcoin. No início deste ano, ele manteve sua visão de que o Bitcoin era a criptomoeda líder mundial e que a blockchain e a criptografia tinham um papel importante em nosso futuro. E ele tinha razão.
A Square construiu seus produtos em torno dessa previsão. O Cash App permite aos clientes comprar e segurar Bitcoin. A receita da compra e venda de criptomoedas sobe mais de 1.000% no comparativo anual e representa quase metade da receita da Square, mas estes números são um pouco maquiados.
Se um investidor compra US$ 500 em $BTC, todos esses US$500 são contados como receita nos livros da Square. No fim das contas, apesar do US$ 1,76 bilhão da receita de Bitcoin do 4º trimestre, o lucro final da operação está na faixa de US$ 41 milhões (0,2%). A receita gerada pelo Bitcoin divulgada no balanço da empresa é o valor total da venda de Bitcoin aos clientes.
Apontando para outras formas de inovação, a Square ganhou uma patente no ano passado para criptografar a rede de pagamento. Você paga em dólares e o comerciante receberá Bitcoin ou outras criptomoedas. Se a Square está levando quase 3% em transações comuns, você pode imaginar quanto seria esse valor em cripto.
Com seus leitores de cartão e Cash App, a Square tem uma visão sobre os hábitos de consumo de milhões de americanos: em que gastam dinheiro, quanto, quando recebem. Esse é um poderoso conjunto de dados. Além dos varejistas que adorariam acessar esses dados para executar as campanhas de publicidade direcionadas ainda mais eficientes, os dados também poderiam ter usos muito mais amplos e significativos para a sociedade.
A Square está rapidamente se tornando um balcão único para serviços financeiros e sendo oficialmente um banco. Expandindo suas operações para incluir serviços de empréstimos e recebimento de depósitos, a Square está assumindo o controle de toda a jornada financeira de uma pequena empresa. Adaptando-se oficialmente ao setor de tecnologia, é raro que empresas não financeiras recebam uma licença bancária, mas seu entendimento constante e em tempo real da posição financeira de um comerciante deixa a Square em uma posição forte para entender a credibilidade de quem recebe empréstimos e atuar no mercado de crédito.
Ao emprestar apenas para usuários da Square, a empresa consegue agilizar a solicitação de empréstimo. Um processo que normalmente requer o fornecimento e processamento de meses de relatórios contábeis, pode ser realizado pela Square instantaneamente. Outro benefício é que a Square pode vender esses empréstimos por uma taxa melhor, já que tem vários dados do tomador de crédito.
Por fim, se você ficou curioso para saber por onde anda Jim McKelvey, co-fundador da Square, ele foi eleito para o conselho do Federal Reserve de St. Louis para aconselhar os economistas sobre as maneiras pelas quais o dinheiro está fluindo na economia. Com um cargo atual no Conselho de Administração da Square, McKelvey viu em primeira mão os impactos do coronavírus nos hábitos de consumo das pessoas e na receita das pequenas empresas.