O jornalista Reinaldo Azevedo escreve um ótimo texto publicado hoje em seu blog pendurado no site da Revista Veja.
Sempre polêmico; hoje, mais do que nunca, Reinaldo Azevedo traz à tona reflexões que não têm fronteira; ou pelo menos não deveria.
Assim, deveriam tocar e bater no mercado financeiro.
UM resumo do texto pode ser lido abaixo:
"É claro que tudo pode dar errado — em parte, já está dando. Esse clima de terra arrasada, ideal para os vigaristas, está chocando o ovo da serpente. Vamos ver o que dirão as pesquisas eleitorais vindouras. Não creio que sejam animadoras para quem quer um país desenvolvido, pautado pela economia de mercado, com um estado eficiente. A irresponsabilidade de agora é essencialmente política. E o vale-tudo deriva do fato de que a Constituição, as leis, os códigos todos e a institucionalidade constituem empecilhos a ser vencidos. A extrema esquerda acha isso. A extrema direita acha isso."
Antecipo-me a dizer.
"Vocês não viram nada. Ainda. " Estamos a praticamente 20 meses das eleições presidenciais de 2018. Em março-abril de 2018, já deveremos ter todos os postulantes ao cargo de presidente da República. Portanto, estamos a 1 ano de saber quem estará no grid de largada Uma eleição completamente atípica. Pós-impeachment e mergulhada num terreno cheio de obstáculos. Lava-Jato, operações e mais operações da Polícia Federal. e mais um "monte de coisas" Do ponto de vista político, uma incógnita enorme. E é exatamente nesse ponto que "mora o perigo" De que forma a democracia brasileira quer chegar em março-abril de 2018? Intacta ou destroçada? Quem será a "voz dos excluídos"? Um "populista à esquerda", um "populista à direita", um "zero a zero" ou alguém que possa efetivamente montar uma equipe econômica, fazer as reformas necessárias, não tolerar inflação acima de 3%-4% ao ano, enfim, ser um líder que traga o país de volta aos trilhos? O horizonte à frente parece bonito. Dólar caindo, bolsa subindo, promessas disso, daquilo. "PEC dos Gastos" já no berço. Novos IPOs, índice imobiliário "bombando", Vale (SA:VALE5) em "lua de mel" com os investidores, "Programas de Demissão Voluntária" a todo o vapor no BB (SA:BBAS3), na Caixa e na Petrobras (SA:PETR4). Mas, é "só isso"? E quando nos aproximarmos do fim de 2017? A Grande LTA de 5 anos do dólar já terá sido tocada na faixa de R$ 3, Bovespa já terá se aproximado do seu topo histórico, o Congresso americano já terá digerido os "gastos trilhardários" de Donald Trump, e o FED já terá se convencido que bolhas são bolhas e não são apenas "histórias de pescador", seja no Hemisfério Sul ou Norte. E aí, voltaremos para a terra. Terra no sentido literal, seja o planeta, seja o terreno físico.
Volatilidade, pernas de alta no dólar, pernas de baixa no Bovespa, juros para cima, risco-Brasil em alta, emergentes na berlinda e sombra da "tempestade perfeita" novamente nos rondando.
Quem será a "voz dos excluídos"? A resposta determinará se paramos mais 13 anos. Ou, finalmente, decolaremos.