Essa semana foi volátil e tensa para o câmbio. Muitos fatores políticos falando alto por aqui. Após romper a barreira psicológica dos R$ 5,50 ontem, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,4064 para venda.
Mercado se mantém apreensivo com o aumento do risco fiscal doméstico na esteira dos gastos extra-teto elevados incluídos pelo governo eleito na PEC da Transição.
Ainda ontem economistas como Arminio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan publicaram uma carta aberta ao presidente eleito, alertando para o risco de se subestimar reações adversas dos mercados financeiros a medidas que vão contra a responsabilidade fiscal. Em um dos trechos disseram: "É preciso que se entenda que os juros, o dólar e a bolsa são o produto das ações de todos na economia, dentro e fora do Brasil, sobretudo do próprio governo"
Quanto esse assunto de PEC, muito provavelmente o texto será modificado nas negociações com parlamentares. Houve uma reação exacerbada do mercado interno, como sempre, afinal muitas discussões internas acontecerão a partir de agora.
Embora tenha anunciado vários economistas para compor sua equipe de transição, Lula ainda não definiu quem integrará de fato seu Ministério da Fazenda a partir do ano que vem. Enquanto isso, mercado aguardo ansioso pelo nome. Sem essa definição seguimos com volatilidade no câmbio.
No exterior a alta do dólar frente ao real se justifica pelo temor de que a resiliência da economia dos EUA impeça o Federal Reserve de moderar seu aperto monetário. Esse medo foi reforçado mais cedo por fala do presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, que disse que mesmo num cenário de conduta mais branda por parte do banco central, os juros ainda precisariam subir mais.
Olhando para a Europa, a guerra na Ucrânia é o fator negativo mais importante para a economia global este ano e certamente com repercussão para 2023. O FMI emitiu alertas sobre a fragmentação da economia global devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, e cortou a previsão de crescimento para 2023 para 2,7% - prevendo uma desaceleração dos 3,2% esperados em 2022.
Para hoje calendário mostra antes de abrir o mercado aqui, teremos discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE. Nos EUA sairá venda de casas usadas.
Boa sorte, pessoal, ótimo final de semana e que o Brasil possa crescer e atrair bastante investimentos.