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Quatro Novos Riscos Podem Influenciar Dinâmica do Petróleo no Futuro Próximo

Publicado 23.01.2020, 10:10
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Publicado originalmente em inglês em 23/1/2020

Agora que os preços do petróleo se recuperaram totalmente da ameaça de um conflito maior entre EUA e Irã, apresentamos a seguir quatro eventos importantes que influenciarão os preços e a dinâmica do mercado petrolífero no curto e no longo prazo:

1. Brasil pode entrar para a Opep em 2021

O ministro de energia do Brasil, Bento Albuquerque, anunciou que o país está considerando seriamente entrar para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em 2021 e começará as discussões durante sua próxima visita à Arábia Saudita em julho.

Aparentemente os produtores de petróleo brasileiros expressaram preocupação com a entrada do país na organização neste ano, pois essa decisão exigiria a realização de cortes de produção para atender à política da Opep+. O Brasil está otimista que o cartel encerrará seus cortes de produção até 2021, apesar de a Opep e a Rússia estarem trabalhando ativamente para ampliar o acordo de restrição de oferta, que deveria expirar em março, mas pode se estender até junho ou mesmo dezembro deste ano.

Em novembro de 2019, a produção petrolífera do Brasil atingiu a máxima recorde de 3 milhões de barris por dia (bpd), o que tornaria o país no quarto maior produtor da Opep, depois da Arábia Saudita, Iraque e Emirados Árabes Unidos. Embora a produção de petróleo no Brasil seja dominada pela estatal Petrobras, também participam do mercado diversas empresas independentes, além de petrolíferas internacionais, o que dificultaria sua entrada no cartel.

Esse óbice se deve ao fato de que mais de 1 milhão de bpd produzidos pelo país não são controlados pela Petrobras (SA:PETR4), mas por pelo menos 25 empresas, muitas das quais atuam em regime de concessão em parceria com petrolíferas internacionais, como a Equinor (NYSE:EQNR), a BP (NYSE:BP), a Shell (NYSE:RDSa) e a Chevron (NYSE:CVX).

Além disso, o Brasil espera atrair mais empresas estrangeiras para desenvolver seus recursos petrolíferos em alto-mar. Seu último leilão de concessão offshore foi considerado um fracasso, já que muitas petrolíferas ignoraram por completo o evento. Por isso, a possibilidade de que a futura produção do país esteja sujeita a acordos de restrição de oferta da Opep pode ser mais uma razão para as empresas estrangeiras evitarem investir em recursos petrolíferos do Brasil.

O presidente e o ministro de energia do Brasil podem querer entrar para o cartel, e a Opep sem dúvida se beneficiaria dessa participação. No entanto, os possíveis reveses que isso representaria para a futura produção petrolífera do Brasil devem ofuscar quaisquer benefícios.

2. Arábia Saudita e Kuwait devem retomar produção conjunta de petróleo

A Arábia Saudita e o Kuwait produzem petróleo de forma compartilhada ao longo de uma faixa de terras e mar entre os dois países, chamada de “Zona Neutra”.

A produção nessa área foi interrompida em 2015, devido a disputas entre as duas nações. Em dezembro, a Arábia Saudita e o Kuwait finalmente assinaram um memorando de entendimento para resolver essas desavenças e retomar a produção. O parlamento do Kuwait votou ontem para ratificar o acordo com a Arábia Saudita, eliminando mais um obstáculo.

A produção na Zona Neutra pode ser restabelecida já em março deste ano. Os campos petrolíferos da região são capazes de adicionar mais 500.000 bpd ao mercado mundial.

No entanto, mesmo que a Zona Neutra de fato comece a produzir petróleo nos próximos meses, não há expectativa de que atinja sua produção máxima. De acordo com a Chevron, que gerencia o campo petrolífero de Wafra, na Zona Neutra, em parceria com a Kuwait Gulf Oil Co., a produção máxima da região não deve ser atingida por pelo menos um ano.

3. Coronavírus: Ameaça à demanda de petróleo?

O coronavírus, doença respiratória altamente contagiosa que já infectou centenas de pessoas na China, está sendo comparada à epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), ocorrida em 2003. No final de 2002 e início de 2003, o PIB da China caiu cerca de 0,5% a 2,0% por causa dessa epidemia.

A doença reduziu as viagens aéreas e provocou uma queda na demanda de combustível de aviação a tal ponto que a demanda geral da China acabou sendo afetada. Muitos analistas estão usando a epidemia de SARS como referência para prever o impacto do coronavírus na demanda petrolífera chinesa. Antecipando-se à redução do uso de combustíveis na China, tanto o Brent quanto o WTI se desvalorizaram mais de 2% na quarta-feira.

Futuros do Petróleo WTI Gráfico mensal

De fato, estão surgindo notícias de que as autoridades chinesas fecharam todos os terminais de ônibus e estações de metrô na capital da província de Wuhan, epicentro da epidemia. Reportagens também informam que estações de trens e aeroportos foram fechados na manhã desta quinta-feira no país.

Mas há diferenças relevantes entre a situação atual e a de 2003, o que pode indicar que a demanda petrolífera não será desfavoravelmente afetada pelo coronavírus.

Primeiro, a SARS era mais letal e matou cerca de 10% das pessoas infectadas. Já o coronavírus provoca pneumonia, que pode ser fatal, mas veículos de imprensa informam que o vírus em si não parece ser tão letal quanto a SARS.

Em segundo lugar, a China vem adotando uma estratégia de energia diferente nos últimos cinco anos, ao importar mais petróleo do que consome e estocar grandes proporções em instalações de armazenamento. Com isso, uma queda na demanda de gasolina e combustível de aviação pode não aparecer nos números de demanda total de petróleo da China, se o país continuar importando e estocando a mesma quantidade do produto.

Da perspectiva da China, uma queda temporária no consumo de combustível por parte da sua população não é razão para deixar de aproveitar os preços baixos e estocar mais petróleo.

4. Líbia deve interromper exportações de petróleo

O conflito entre o grupo rebelde Exército de Libertação Nacional da Líbia, liderado pelo general Khalifa Haftar, e o Governo de União Nacional da Líbia, reconhecido pela ONU, já está afetando as exportações petrolíferas do país.

O general Haftar, cujas forças controlam o acesso a grande parte da infraestrutura de produção e exportação petrolífera da Líbia, ordenou a interrupção de todas as remessas de petróleo do país ao exterior, a fim de exercer pressão sobre o Governo de União Nacional, que recebe todas as receitas dessa produção. De acordo com o site TankerTrackers.com, a Líbia exporta um pouco mais de 1 milhão de bpd, principalmente para Itália, Espanha e Cingapura.

Quando a notícia dessa interrupção chegou aos mercados na segunda-feira, o preço do Brent saltou 1,8%, mas rapidamente recuou. Até agora, a petrolífera estatal da Líbia continua extraindo petróleo que, no entanto, está sendo mantido em tanques de armazenamento. Assim que esses tanques ficarem cheios, a companhia não terá outra escolha a não ser cortar a produção, talvez para meros 72.000 bpd.

As tentativas de mediação não tiveram êxito. Como as ações de Haftar praticamente não tiveram influência nos preços mundiais do petróleo, líderes globais estão menos preocupados com o possível impacto sobre a economia global. Os transtornos que Haftar está provocando ao petróleo podem eliminar cerca de 1% da produção mundial, mas os mercados estão muito mais preocupados com a possível queda de demanda na China e a perspectiva mundial pessimista do FMI para 2020.

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