De acordo com os dados monitorados pela plataforma da SiiLA, o estoque de escritórios das classes A+ e A nas regiões CBDs da cidade de São Paulo é de 3.390.976 m², dos quais 21,37% estão vagos - ou seja, 724.651 m².
A ocupação destes ativos vinha crescendo a todo vapor até a pandemia. A partir de 2020, a taxa de vacância começou a aumentar, atingindo seu pico no final de 2021, quando quase um quarto dos escritórios estavam desocupados. As empresas devolviam os espaços tanto para preservar o caixa quanto devido às incertezas sobre quando as atividades corporativas e sociais presenciais seriam retomadas sem restrições. Desde então, a taxa de vacância vem diminuindo gradualmente, mas ainda está longe dos níveis pré-pandemia.
Diante desse cenário, surge a dúvida: quanto tempo vai levar para que os escritórios voltem a apresentar altas taxas de ocupação?
Fizemos um exercício aqui na SiiLA para imaginar um cenário com 100% de escritórios ocupados. Analisando uma amostra do período pré-pandemia (2016-2019), quando o volume de locação de escritórios estava alto, a média anual de absorção líquida foi de 154.189 m². Nesse ritmo, seriam necessários cerca de 4 anos e meio para que toda a área vaga que existe hoje fosse locada, considerando um mercado sem novo estoque.
Porém, se considerarmos os anos de pandemia nesta projeção, o cenário muda. De 2020 a 2021, o saldo entre novas locações e saídas ficou negativo, ou seja, mais empresas devolveram área do que locaram. Em 2022, houve uma retomada, mas ainda abaixo da média anual pré-pandemia. Somando as absorções líquidas de 2016 a 2022, a média anual foi de 98.040 m². Nesse ritmo, seriam necessários cerca de 7 anos e 3 meses para que todo o estoque vago fosse ocupado.
Diante desses números, é possível concluir que a recuperação do mercado de escritórios em São Paulo será gradual, e já está acontecendo. A absorção líquida ficou positiva em 2022 e no primeiro trimestre de 2023, indicando um ritmo de retomada interessante. Mas claro, a oferta de novos empreendimentos pode interferir no ritmo de absorção do estoque vago.
É importante destacar que, ao contrário do que se ouviu em 2020-2021, os escritórios não vão acabar. O ambiente corporativo tem um papel fundamental na sociedade atual, uma vez que as empresas precisam de um local para abrigar suas instalações, receber seus colaboradores e continuar atendendo e inovando em seus respectivos setores. E sim, os modelos de trabalho estão em transformação, com espaços mais colaborativos, trabalho híbrido, apps para mensagens corporativas, reuniões por zoom e muito mais. No entanto, a demanda por espaços de escritórios vem para atender a todas estas transformações. O mercado corporativo em São Paulo está em constante evolução, e a plataforma SiiLA continua monitorando e fornecendo dados atualizados para auxiliar empresas e investidores na tomada de decisão.