Como ouvinte fiel da CBN, todos os dias saio do escritório em direção à faculdade com o rádio ligado, em meio a notícias e programas diversos, muitas vezes sou agraciado com os comentários diários de Mauro Halfeld sobre investimentos e finanças pessoais. Desde já esclareço ser um admirador da clareza e da lucidez com que ele aborda o tema todos os dias, contribuindo bastante para que pessoas leigas possam efetuar aplicações mais rentáveis e adequadas aos seus perfis e necessidades.
Talvez ele seja um dos maiores responsáveis pela popularização do Tesouro Direto entre as pessoas físicas, visto que em grande parte de suas respostas a quem lhe escreve, os títulos do tesouro estão entre as aplicações recomendadas. É claro que ao falar para público tão amplo, Mauro Halfeld deve optar por recomendações mais abrangentes, porém nem sempre o investimento em títulos públicos é o mais rentável e indicado quando o assunto é renda fixa.
Há três situações em que o tesouro direto cai como uma luva para o investidor:
1. Quando se deseja efetuar aplicações de pequeno valor
Com a facilidade de se adquirir apenas 0,1 título o indivíduo poderá todos os meses efetuar aportes a partir de R$200 ou R$300 e obter retornos superiores ao da caderneta de poupança, que seria sua alternativa neste caso, pois a maioria dos produtos bancários como CDBs, LCIs e LCAs exigem aportes mínimos iniciais superiores a R$5.000, assim como a maioria dos fundos de investimentos com taxas de administração decentes.
2. Aplicações com prazos muito longos, superiores a 03 anos
A maioria dos títulos públicos ofertados na plataforma possuem vencimento longo, podendo superar os 30 anos, o que permite ao investidor aproveitar taxas atrativas, como as que temos hoje por muitos anos. Logo muitos optam por fazer sua poupança para aposentadoria comprando estes títulos, com o objetivo de resgatá-los com um bom retorno lá na frente, sem preocupação.
3. Especulação com as variações nas taxas de juros.
Os títulos pré-fixados sofrem variações diárias nos seus valores de faces de acordo com as taxas ofertadas diariamente pelo Governo, logo é possível se especular comprando os títulos e recomprando-os em alguns meses ou semanas com retornos superiores ao normal, caso as taxas de juros dos novos títulos recuem, porém há de se lembrar que se os juros subirem, no curto prazo o título pode apresentar retornos até negativos.
Já para aqueles que procuram aplicações pós-fixadas ou pré-fixadas mais curtas e dispõem de mais de R$5.000,00, as aplicações em produtos bancários cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito apresentarão melhor rentabilidade, visto que não há a cobrança da taxa de 0,3% cobrada pela plataforma para aplicação em títulos públicos, além do fato de que as LCIs e LCAs são isentas de imposto de renda sobre os juros, o que não se verifica no tesouro. E para os que desejam especular uma opção interessante é escolher um bom fundo que invista em títulos de inflação, onde o gestor efetua uma gestão ativa na compra e venda dos títulos, fazendo escolhas mais técnicas entre as opções disponíveis e buscando uma melhor relação entre retorno e volatilidade.
Caso você deseje entender melhor a precificação dos títulos públicos pré-fixados sugiro ler o post: Porque os títulos pré-fixados merecem uma especial atenção neste momento, clicando aqui