As peripécias de Trump
Apesar da recuperação econômica consistente, lá na américa de cima só se fala em guerra comercial.
O presidente se engajou em uma briga com ninguém menos que a China, decidindo aumentar tarifas de uma série de produtos importados.
Ontem eles deram um passo, subindo em 10 por cento as tarifas de alguns produtos. O mercado reagiu bem, pois esperada uma alta de 25 por cento.
Hoje foi a vez da retaliação chinesa, que também subiu de 5 a 10 por cento algumas de suas tarifas. Também em menor escala do que o esperado pelo mercado, não devendo gerar grandes danos.
E a economia?
Não é triste que nós, gestores, tenhamos que nos preocupar com cada twitte do presidente, ao invés de analisarmos os nossos gráficos e tendências macroeconômicas?
Se já há uma difícil relação econômica entre os ciclos, que já torna o “ganhar dinheiro na bolsa” uma tarefa para poucos, imagine quando os gestores têm que seguir notícias políticas.
Aí é aumento de volatilidade para um lado, “stop loss” para o outro, muitos fundos abaixo do benchmark, e aquela sensação de que precisamos mudar de carreira urgente.
Aliás, 90 por cento dos gestores que eu conheci sonham em abandonar o mercado e ter um hotelzinho em uma praia paradisíaca.
O motivo é que esse tipo de mercado não se opera!
Você não sabe quando o político falará a próxima besteira. Ou se a ameaça é somente retórica. E sendo assim, fica impossível ter qualquer posição que dependa de entrar em um bom momento de mercado, e sair em um prazo menor.
Nesse tipo de mercado é preciso comprar ativos que certamente têm valor, e ter a tranquilidade de carrega-los através da turbulência política.
O Brasil também está nessa
Aqui também estamos com o noticiário político dominando os mercados.
A pesquisa Ibope reviveu o maior temor dos operadores: uma eleição polarizada. Bolsonaro cresceu de 26 para 28 por cento, solidificando a liderança, e Haddad garantiu o segundo turno indo de 8 para 19 por cento. No segundo turno, os dois candidatos empatam com 40 por cento cada um.
Ai meu Deus! Estamos de volta a 2014, onde tivemos uma das eleições mais polarizadas e destrutivas para o mercado já vistas. A vitória final do PT acabou por acionar o botão de pânico nos mercados locais, que só voltou ao normal depois do Impeachment da ex-Presidente Dilma.
Será que vamos novamente para esse cenário? Os gestores só vão falar disso agora.
O que vale para eles, vale para nós
Se não sabemos o que vai acontecer no futuro eleitoral do país, devemos manter o risco baixo, e só comprar aqueles ativos que realmente têm valor, independente do cenário pela frente, e aguentar os chacoalhões que vierem.
Não seja “o corajoso do mercado” neste momento. Besteira! Seja o conservador. Pior que ser taxado de medrosinho na mesa de operação é ser o perdedor.
Uma boa dose de renda fixa, com alguns nomes de ações de valor é a forma de navegar mais segura, e ainda mantendo o potencial de retorno alto.
Por isso que sempre falamos da superioridade do Nord Advisor, neste momento.
Hoje tem Copom!
Hoje tem reunião do Copom, na qual será decidida a próxima taxa Selic a vigorar a partir de quinta feira.
Meu call é que a Selic irá se manter estável, em 6,5 por cento, apesar de toda a pressão em cima das moedas emergentes, e da alta de juros de uma série de países recentemente para conter as desvalorizações (como Rússia, Turquia e Argentina).
A economia ainda não mostrou sinais de forte recuperação, e nem a inflação está sinalizando nenhum perigo do repasse cambial.
Dessa forma, e sem ter comunicado antecipadamente uma provável alta, acho que o BC escolherá manter a Selic estável, para evitar maior volatilidade no mercado futuro de juros, que já sobe sem parar em um movimento de aversão ao risco.
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