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Qual é o próximo alvo do petróleo: US$ 70 ou US$ 90? Façam suas apostas

Publicado 26.09.2022, 13:28
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  • Preços do petróleo recuam pelo quarto mês consecutivo.
  • Barril pode registrar primeiro trimestre de queda em dois anos.
  • Gráficos técnicos sugerem que vendedores podem pressionar o mercado até US$ 72 antes do fim de setembro.
  • Mas uma correção pode fazer o petróleo norte-americano alcançar região dos US$ 80 e possivelmente US$ 90.
  • Os preços do petróleo registravam seu quarto mês consecutivo de perdas, podendo fechar o primeiro trimestre no vermelho em dois anos, já que é difícil imaginar uma retomada tão forte faltando apenas uma semana para o fim do mês de setembro.

    Petróleo diário

    Mas os investidores posicionados na compra tentarão pelo menos evitar outra semana desastrosa, como a última, que foi a pior registrada pelo barril norte-americano nas últimas sete.

    O West Texas Intermediate, negociado em Nova York, afundou 7,5% na semana passada, sua maior desvalorização desde a última semana de julho.

    Até agora em setembro, o WTI já devolveu 12%, maior recuo desde novembro, quando caiu 21%.

    Para o terceiro trimestre, os investidores expostos ao WTI estavam vulneráveis a um recuo de 25%, maior percentual de queda para um trimestre desde 2020.

    Petróleo pode cair mais nesta semana?

    É provável que sim, afirma Sunil Kumar Dixit, estrategista-chefe do site SKCharting.com.
    De acordo com Dixit, era possível que houvesse mais vendas no WTI antes de setembro terminar, nesta sexta-feira, com os vendedores tentando romper a mínima de US$ 78 da semana passada com seu próximo alvo de baixa, prevendo que a média móvel simples de 200 meses a US$ 72,35. Ele disse ainda:

    “Os quatro meses de tendências de baixa no petróleo podem ter continuidade se houver o rompimento da faixa intermediária da Banda de Bollinger a US$ 82,20 e o WTI cair para US$ 78,14, perto da MMS de 100 semanas a US$ 77,50.”

    As leituras do Indicador de Força Relativa e do estocástico do WTI nos gráficos diário, semanal e mensal registravam uma formação negativa, segundo Dixit.

    O MACD no gráfico mensal também iniciou uma formação negativa, apontando para mais quedas no WTI, acrescentou.

    Pelo lado da alta, a MMS de 100 semanas a US$ 77,50 pode atuar como suporte, provocando um repique de curto prazo em direção aos níveis de suporte rompidos e transformados em resistência a US$ 82,20 e 86,20, declarou Dixit. Ela disse ainda:

    “Se os preços realizarem um rompimento sustentado acima dessa zona, a expectativa é que haja um retorno para US$ 90,50 e 91,50.”

    Semana cheia no calendário econômico

    Nesta semana, serão divulgados diversos dados sobre a economia dos EUA, como bens duráveis, confiança do consumidor e relatórios do setor de vendas de imóveis.

    O dia mais importante será a sexta-feira, quando serão divulgados os relatórios de renda pessoal e gastos com consumo, dado de inflação preferencial do Fed.

    Após mais uma elevação de 75 pontos-base nos juros, diversos dirigentes do banco central americano devem se pronunciar ao longo da semana, como os presidentes do Fed de St. Louis, James Bullard; do Fed de Cleveland, Loretta Mester; do Fed de Chicago, Charles Evans; do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, além da vice-presidente do BC dos EUA, Lael Brainard. Os operadores ficarão atentos aos seus comentários, a fim de saber se os formuladores da política monetária podem estar inclinados para mais um aumento de 75 pb nos juros em novembro. Bostic particularmente falou sobre uma desaceleração “relativamente ordenada” no domingo.

    Na zona do euro, os dados de inflação de sexta-feira devem aumentar a pressão sobre o Banco Central Europeu. Antes disso, a presidente do BCE, Christine Lagarde, fará um pronunciamento perante parlamentares em Bruxelas, na segunda-feira, enquanto os resultados das eleições na Itália, no domingo, também serão acompanhados de perto. O iene permanecerá em foco, após o Banco do Japão intervir nos mercados cambiais. Além disso, os dados do PMI na China, na sexta-feira, darão uma ideia sobre a saúde da segunda maior economia do mundo.

    Quem segurava posições vendidas no petróleo, enquanto isso, parecia convencido de estar no caminho certo.

    Suas apostas contavam com o respaldo das ações mundiais, que tocaram a mínima de dois anos, na sexta-feira, além do dólar subindo às máximas de 20 anos, ao mesmo tempo em que os índices de gerentes de compras da Europa se enfraqueciam e as preocupações com o crescimento se intensificavam, após as elevações de juros do Fed e do Banco da Inglaterra, que criaram uma tempestade perfeita para as posições compradas.

    “O mercado está claramente pensando em uma desaceleração econômica”, afirmou Scott Shelton, corretor de futuros de energia da ICAP em Durham, Carolina do Norte, no momento em que o temor de uma recessão predomina nos mercados.

    “Não importa, atualmente, a força ou não dos mercados físicos”.

    Analistas inclinados para a alta do barril, entretanto, alertavam para o risco da escalada da guerra na Ucrânia por parte da Rússia, e a retirada das restrições contra a Covid na China, o que poderia favorecer a alta do petróleo nas próximas semanas.

    Eles também apontavam para algo para o qual, em sua visão, os vendedores estavam completamente cegos: a liberação diária de um milhão de barris da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA pelo governo Biden. A liberação do total de 180 milhões de barris terminará em outubro e já quase provocou uma inundação no mercado norte-americano, aliviando parte do déficit doméstico e internacional por conta das sanções à oferta da Rússia. Quando os fluxos da reserva estratégica se encerrarem daqui a seis semanas, o petróleo explodirá para cima, na cabeça de muitos investidores.

    Mas talvez não seja tão fácil assim, defendem analistas da Ritterbusch & Associates, uma consultoria de Chicago formada pelo veterano operador do petróleo Jim Ritterbusch, que acredita que a contínua alta de juros nos EUA e do dólar no exterior possa limitar os ganhos no petróleo.

    O que fará a Opep+ na reunião de outubro?

    A forte venda registrada na semana passada elevou a especulação acerca de uma possível ação corretiva por parte dos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderados pela Arábia Saudita, e seus 10 aliados sob os auspícios da Rússia (Opep+).

    Porém, a reunião mensal da Opep+ só ocorre daqui a mais de uma semana, em 5 de outubro, o que ainda deixa a ponta compradora vulnerável nesta semana.

    A próxima reunião da coalizão de 23 países produtores e exportadores de petróleo decidirá a oferta a partir de novembro. Muitos investidores apostam que a Opep+ anunciará sua primeira grande redução de oferta após a pandemia, a fim de conter a sangria do mercado e permitir alguma recuperação dos preços.

    Desde o pico de março, o barril do petróleo já se desvalorizou quase 40% a partir de cerca de US$ 130 para o WTI e US$ 140 para o Brent, na quinzena posterior à invasão da Rússia na Ucrânia.

    Os investidores do petróleo estão contando piamente com um anúncio da Opep+ capaz de dar alguma sustentação ao mercado.

    Em situações normais, os sauditas, que lideram o cartel de produtores petrolíferos, adorariam anunciar um forte corte e provocar uma disparada dos preços. A indisposição do ministro de energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, já é bastante conhecida entre os operadores.

    Mas AbS, como é chamado, enfrenta complicações de ordem distinta desta vez,

    na medida em que estão mais associadas a outra grande potência de mercado dentro da aliança: a Rússia.

    A única resposta que a Opep+ pode dar a um crash dos preços é cortar a produção, ao passo que a única alternativa da Rússia para reduzir a dor autoinfligida pelas sanções decorrentes da guerra na Ucrânia é oferecer ainda mais descontos para seus clientes.

    Para piorar a crise de Moscou, o G7 vem avançando no sentido de aplicar, no início de dezembro, um mecanismo para estabelecer um teto de preços para o petróleo vendido pela Rússia, a fim de restringir sua capacidade de financiar a guerra contra a Ucrânia.

    Moscou prometeu retaliar os países que implementassem a decisão, que pode prejudicar outros produtores da Opep+ e fazê-los compensar a receita perdida, vendendo seu petróleo o máximo possível. Os agressivos descontos oferecidos pela Rússia no mercado físico de petróleo terão repercussões no mercado futuro, além de pesar sobre os preços praticados por outros países da Opep+, inclusive a Arábia Saudita.

    Desde a formação da Opep+ em 2016, quem mais se esforçou para reduzir a oferta foi a Arábia Saudita, ao lado dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Isso é compreensível, dado que os dois países são os produtores com maiores capacidades de aumentar ou reduzir sua oferta a qualquer momento.

    No entanto, agora pode ser um momento ruim para os sauditas ou os emirados realizarem cortes substanciais de produção, já que os russos desejam vender qualquer barril que puderem a qualquer cliente em qualquer parte do mundo, já que as sanções do Ocidente estão “estrangulando” as finanças de Moscou e — o mais importante — a capacidade do presidente Vladimir Putin de financiar a guerra contra seu vizinho.

    Em poucas palavras, qualquer parcela de mercado perdida pela Arábia Saudita e os EAU será preenchida pela Rússia, de acordo com John Kilduff, sócio-fundador do fundo de hedge de energia Again Capital, de Nova York.

    Kilduff disse ainda:

    “A preservação da Rússia dentro da Opep+ é fundamental para os sauditas, já que uma saída de Moscou representaria o colapso total da aliança. Mas como apoiar um aliado em momentos difíceis quando esse aliado acaba se tornando um passivo?“.

    Aviso: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para dar diversidade às suas análises de mercado. A bem da neutralidade, ele por vezes apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

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