A sustentabilidade fiscal e riscos políticos parecem não estar preocupando o investidor por enquanto. Mas se houver queda nos preços das commodities e enfraquecimento do crescimento econômico essas preocupações podem ressurgir, especialmente antes da eleição.
Pelo lado negativo para o real, os aumentos da taxa de juros nos Estados Unidos e riscos para a economia chinesa ameaçam a continuidade da valorização da nossa moeda, pelo menos no curto prazo. O ciclo de aperto monetário em países desenvolvidos tende a ser negativo para a nossa moeda. É natural que parte dos ativos vá para os Estados Unidos.
Mas, o tamanho do impacto vai depender muito da velocidade e da magnitude do aperto, que ainda não estão totalmente definidos. Há um debate acontecendo no Fed, a expectativa consensual é que o Federal Reserve Fed, o banco central americano, intensifique a elevação de juros de 25 para 50 pontos base na reunião de 3 e 4 de maio e repita a dose por mais duas ou três reuniões.
A meu ver tudo isso é mais fraco do que o nosso diferencial de juros super atrativo que trouxe e continua trazendo fluxo de capital estrangeiro para cá. Início do mês que vem teremos novo aumento de Selic, o que beneficiará ainda mais o real.
O Brasil, distante do conflito e com muitas empresas que produzem e exportam matérias-primas, tornou-se uma das principais apostas para investidores globais.
O arrefecimento das tensões entre Rússia e Ucrânia acomodou os movimentos altistas das commodities mais afetadas pelo conflito, mas não mudou o quadro favorável para exportadores desses bens, que negociam em patamares de preços favoráveis. Esse quadro deve seguir fortalecendo o real.
Desde o começo de 2022, a moeda americana caiu cerca de 16% frente ao real.
Boa semana, mercado!