Nos últimos artigos tenho destacado vários pontos importantes em relação às eleições presidenciais norte-americanas. Isso porque este talvez seja o principal “driver” que deve afetar os mercados nas próximas semanas. Acredito que não caberia falar sobre outro tema neste momento. Por isso, hoje preparei o texto abaixo para tratar um pouco sobre quais classes de ativos devem se beneficiar dos diferentes cenários das eleições norte-americanas.
Em primeiro lugar, é importante destacar o perfil de cada candidato. No caso de Biden, muitos agentes do mercado acreditam que o democrata praticaria uma política menos agressiva contra os parceiros comerciais norte-americanos.
Isso de certa forma contribuiria para o enfraquecimento do dólar frente a outras moedas. Além disso, apesar de ser bem relacionado com o “establishment”, Biden já defendeu o aumento de impostos sobre lucros de empresas americanas estabelecidas no exterior, o que não foi bem visto em Wall Street.
No entanto, uma vitória do democrata não seria necessariamente ruim para o mercado visto que ele é tido como um candidato de perfil mais moderado. Neste sentido os papéis de renda fixa pós-fixados podem ser beneficiados no curto-prazo em um cenário no qual haverá estímulos para o consumo. Além disso, as ações, no médio prazo, e os fundos imobiliários (REITs, no mercado americano) também devem apresentar uma boa performance.
Por outro lado, Trump é tido como o “queridinho” do mercado. Ao contrário do que defende Biden, o republicano reduziu os impostos para empresas de 35% para 21%, o maior corte das últimas três décadas. E isso foi muito bem aceito em Wall Street, que, inclusive, viu o S&P 500 acumular uma alta de quase 50% desde que Trump foi eleito.
Isso no entanto, não quer dizer que a eleição do republicano trará uma onda de otimismo para as bolsas de todo o mundo. Ainda precisamos esperar para ver até onde a pandemia e seus estragos irão. Além disso, os investidores de todo o mundo aguardam, já há algum tempo, o anúncio de um novo pacote de estímulos para a economia norte-americana. E isso deve ser determinante para definir os preços dos ativos.