Com a preocupação intensa nos últimos meses com a inflação, a semana promete trazer algumas definições importantes no exterior, após o Brasil observar a maior deflação para o IPCA para agosto desde 2008, ainda que acima da mediana do mercado financeiro.
Nos EUA, os discursos de membros do Fed estão cada vez mais apontando para um aperto rápido, forte e direcionado, incrementando as expectativas por uma alta de 75 bp nos próximos comitês de política monetária (FOMC) e terminando o processo ainda este ano.
Para muitos, os sinais de atividade econômica em contração, aliada às inflações que esta semana podem trazer sinais de alívio, especialmente pelas quedas recentes do preço internacional do petróleo e da liberação de estoques regulatórios nos EUA, poderiam evitar que o Fed se postasse tão duramente com os juros.
Todavia, o que a autoridade monetária faz agora é remediar algo extremamente atrasado, pois evitou de tomar as decisões mais duras no passado recente, em nome, quem sabe, de uma questão política e agora colhe os amargos frutos dos problemas gerados pela inflação e pelos juros.
Nesta percepção, o Fed deixando de agir, especialmente no início da retirada dos estímulos, criou armadilhas de liquidez difíceis de serem desarmadas, especialmente com o movimento das Treasuries de 10 anos.
Com a elevação acima de 3%, o custo de dissolução da carteira de ativos imobiliários acumulados no Quantitative Easing (QE) se tornou proibitiva e como o mercado imobiliário entrou em forte declínio, não existe demanda para tais escoamentos, o que explica em partes o que ocorreu desde maio.
A promessa do Fed de redução do balanço em US$ 95 bi por mês não foi cumprida no total nem na meta de um mês somente e diversos analistas e investidores temem que sua aceleração, prometida para este mês, possa trazer um impacto assimétrico na economia e criar a necessidade, acreditem, de um novo QE.
Os temores de retirada de liquidez se avolumam e enquanto isso, a China, que também divulga suas inflações esta semana, continua no contracíclico dos estímulos e deve assim continuar, especialmente pela situação sanitária do país.
No fim, o mercado gostaria mesmo de um Fed agindo como o PBoC.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativas pelas inflações no mundo e decisão de juros britânica.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com sinais de reabertura econômica agitando o mercado acionário, como ações de empresas de viagem no Nikkei.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao cobre.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, dividido entre a promessa de Biden de liberar novos estoques estratégicos e a promessa de corte de produção da OPEP+.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,72%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1487 / -1,28 %
Euro / Dólar : US$ 1,01 / 1,066%
Dólar / Yen : ¥ 142,71 / 0,169%
Libra / Dólar : US$ 1,17 / 0,785%
Dólar Fut. (1 m) : 5183,84 / -1,09 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,66 % aa (-0,53%)
DI - Janeiro 24: 12,92 % aa (-0,81%)
DI - Janeiro 26: 11,36 % aa (-1,17%)
DI - Janeiro 27: 11,29 % aa (-1,10%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,1696% / 112.300 pontos
Dow Jones: 1,1871% / 32.152 pontos
Nasdaq: 2,1091% / 12.112 pontos
Nikkei: 1,16% / 28.542 pontos
Hang Seng: 2,69% / 19.362 pontos
ASX 200: 1,02% / 6.964 pontos
ABERTURA
DAX: 1,611% / 13299,09 pontos
CAC 40: 1,197% / 6286,69 pontos
FTSE: 1,319% / 7448,04 pontos
Ibov. Fut.: 2,06% / 113499,00 pontos
S&P Fut.: 0,46% / 4086 pontos
Nasdaq Fut.: 0,669% / 12652,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,77% / 119,43 ptos
Petróleo WTI: 1,04% / $87,69
Petróleo Brent: 1,14% / $93,90
Ouro: 0,48% / $1.725,72
Minério de Ferro: -0,76% / $102,20
Soja: -1,12% / $1.472,50
Milho: -1,18% / $690,25
Café: 2,50% / $231,50
Açúcar: -0,22% / $18,22