O anúncio do ministério do novo governo ontem demonstrou que a relação com o congresso será mais tensa e intensa do que se imaginava, afinal, sequer foram anunciados nomes coerentes com a frente ampla criada no segundo turno, para derrotar o presidente Bolsonaro.
A ausência de Tebet, pela recusa de aceitar ministérios ‘decorativos’ e Alckimin assumindo o MDIC, devido às recusas em série de pessoas do setor privado mostram também que a tese dos 100 dias de ‘namoro’ com o governo possa talvez funcionar com a imprensa, mas não com o setor privado e outros partidos.
A aprovação da PEC por um ano e não quatro (sequer fazia sentido) e toda a costura política por trás foi sensivelmente mais complicada do que o novo governo desejaria e resta agora entender os próximos passos e como isso deve afetar o resultado fiscal, o qual deve fechar em este ano em considerável superavit e consequentemente, a inflação.
No âmbito macroeconômico, o crescimento sensivelmente mais forte dos EUA na medida preliminar do PIB complicam a trajetória de juros pelo Fed, na verdade, reforça a atual trajetória e mesmo que os indicadores antecedentes continuem a apontar uma recessão, a continuidade do aperto monetário parece inevitável.
O mesmo ocorre com a inflação em diversas localidades, como o CPI recorde no Japão e os dados de construção na Zona do Euro, reforçando o cenário de juros mais elevados em 2023, até que a ancoragem inflacionária se torne uma realidade.
Além disso, os esforços da China para retomar desesperadamente a atividade econômica impulsionam a percepção de uma atividade econômica mais intensa, adicionando pressão, por exemplo, no petróleo e em algumas commodities metálicas.
Na sessão de hoje, as atenções se voltam ao IPCA-15 no Brasil, com resultado possivelmente semelhante ao observado anteriormente, com alteração de algumas pressões, como transportes e alimentos.
Nos EUA, os desagregados do PIB americano chamam a atenção para o índice inflacionário PCE mensal, em meio à revisão mais forte do PIB; pedidos de bens duráveis e de capital; vendas de imóveis novos; e dados de confiança do consumidor americano.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pelo feriado de natal.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, após a pior inflação ao varejo no Japão desde 1982.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto o paládio e o minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, com a queda esperada nas exportações russas e o impacto de tempestade nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,59%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1729 / -0,54 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,132%
Dólar / Yen : ¥ 132,64 / 0,212%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,208%
Dólar Fut. (1 m) : 5195,68 / -0,25 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,67 % aa (-0,98%)
DI - Janeiro 25: 13,06 % aa (-1,35%)
DI - Janeiro 26: 12,99 % aa (-1,10%)
DI - Janeiro 27: 12,97 % aa (-0,89%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,1102% / 107.552 pontos
Dow Jones: -1,0456% / 33.027 pontos
Nasdaq: -2,1780% / 10.476 pontos
Nikkei: -1,03% / 26.235 pontos
Hang Seng: -0,44% / 19.593 pontos
ASX 200: -0,63% / 7.108 pontos
ABERTURA
DAX: 0,319% / 13958,41 pontos
CAC 40: 0,069% / 6522,48 pontos
FTSE: 0,260% / 7488,70 pontos
Ibov. Fut.: -0,01% / 109238,00 pontos
S&P Fut.: 0,06% / 3851,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,147% / 11044,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,84% / 112,21 ptos
Petróleo WTI: 2,22% / $79,21
Petróleo Brent: 2,15% / $82,72
Ouro: 0,32% / $1.798,33
Minério de Ferro: -0,35% / $110,45
Soja: 0,43% / $1.474,25
Milho: 0,38% / $664,25
Café: 0,15% / $170,85
Açúcar: 1,29% / $21,12