A PEC de R$188 bi aprovada em primeiro turno na câmara por somente um ano, contrariando o discurso dos líderes políticos do novo governo é um sinal de que o processo de negociação deverá ser mais intenso do que projetavam para que as pautas sejam postas em prática, especialmente em vista ao novo congresso.
Parte do custo da PEC vem da separação daquilo que a imprensa denominava “orçamento secreto” para cada deputado, elevando para quase o dobro, quando comparado se as emendas de relator não tivessem sido derrubadas pelo STF.
A necessidade de se formar maioria e entrar num intenso ciclo de negociações não estava nos planos do PT, daí a tentativa quase desesperada por aprovar a PEC por quatro anos, de forma a que o novo governo ficaria tão somente lidando com demandas pontuais, sem a pressão do congresso.
Como citamos anteriormente, a pandemia deu novos poderes à câmara e ao senado e com isso, o presidencialismo de coalisão sofreu um duro golpe e o modus operandi de negociação entre o legislativo e executivo se assemelha mais ao parlamentarismo, do que ao presidencialismo.
O PT parece não ter entendido isso ainda ao elevar novamente o número de ministérios para 37, provavelmente mais para embarcar os aliados políticos do que como moeda de troca, como usualmente ocorria no passado recente, mas de qualquer modo, uma PEC mais enxuta é fiscalmente melhor e o mercado responde a contento.
No exterior, os mercados se reajustam após o movimento do BoJ nos juros japoneses e o Yen continua se valorizando, ainda que em um ritmo inferior ao observado na sessão anterior, especialmente pelo susto tomado pelos vendidos na divisa nipônica.
Nos EUA, as atenções se voltam novamente ao mercado imobiliário, após dados pesados na sessão de ontem, pois apesar do número de casas iniciadas registrar queda inferior às projeções (-0,5%), as licenças para construção, um indicador antecedente forte do setor, registraram queda de -11,2%, ante projeções de -2,1%.
O setor imobiliário tem colecionado dados negativos em países desenvolvidos e este é provavelmente o sinal mais claro de que uma recessão está a caminho em 2023 e com o ciclo ainda mantido de elevações de juros, há pouco o que possa ser feito para evitá-la.
Atenção hoje aos dados do setor externo no Brasil e confiança do consumidor nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, ajudados pelos ganhos da Nike (NYSE:NKE) e FedEx e reversao de parte do ‘susto’ com o BoJ.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, após a surpresa do BoJ impactar fortemente o Yen, porém com fortes ganhos no Nikkei.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto minério de ferro.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, à medida que a redução nos estoques nos EUA contraria as preocupações com Covid na China.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,65%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2032 / -1,81 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / -0,075%
Dólar / Yen : ¥ 131,66 / -0,008%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,386%
Dólar Fut. (1 m) : 5218,40 / -1,85 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,80 % aa (-0,98%)
DI - Janeiro 25: 13,35 % aa (-2,72%)
DI - Janeiro 26: 13,23 % aa (-3,01%)
DI - Janeiro 27: 13,18 % aa (-2,94%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,0282% / 106.864 pontos
Dow Jones: 0,2815% / 32.850 pontos
Nasdaq: 0,0102% / 10.547 pontos
Nikkei: -0,68% / 26.388 pontos
Hang Seng: 0,34% / 19.160 pontos
ASX 200: 1,29% / 7.115 pontos
ABERTURA
DAX: 0,727% / 13985,53 pontos
CAC 40: 0,976% / 6513,41 pontos
FTSE: 0,504% / 7407,79 pontos
Ibov. Fut.: 2,11% / 108925,00 pontos
S&P Fut.: 0,59% / 3872 pontos
Nasdaq Fut.: 0,678% / 11238,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,72% / 112,71 ptos
Petróleo WTI: 1,09% / $77,06
Petróleo Brent: 1,20% / $80,95
Ouro: -0,21% / $1.815,09
Minério de Ferro: 2,69% / $112,25
Soja: 0,36% / $1.484,75
Milho: 0,12% / $652,75
Café: 0,77% / $167,95
Açúcar: 1,70% / $20,82