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Produtores Não Membros da Opep Podem Ser a Chave para Sucesso do Acordo

Publicado 12.01.2017, 08:05
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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A confiança no acordo de corte de produção da Opep, firmado em novembro, impulsionou os mercados de petróleo no fim de 2016. Com a chegada de 2017, o mercado de petróleo vem mostrando sinais de queda do otimismo. A 1ª parte deste artigo: Quem Está Cumprindo com o Acordo da Opep?: Quem está cortando, quem não está analisou as chances de cumprimento pelos países membros da organização. Este artigo foca nos países não membros da Opep e analisa as chances de cada um deles cumprirem com o acordo.

Os cortes na produção de petróleo pelos países não membros são um ponto vital para atingir o objetivo de reduzir a oferta global da commodity. Na verdade, o compromisso assumido pela Rússia, no último minuto, de cortar a produção em 300.000 bpd foi essencial para que se chegasse ao valor de 1,2 milhão de bpd acordado pela Opep.

No dia 10 de dezembro, produtores não membros da organização reuniram-se com representantes da Opep e concordaram com uma redução de 558.000 bpd (combinando todos os países), elevando o valor dos cortes planejados para 1,76 milhão de bpd. A seguir, apresentamos um panorama dos cortes de produção dos países não membros e do nível de conformidade até o momento. Entretanto, é importante manter em mente que a meta reflete uma média de produção durante os primeiros seis meses de 2017.

Arzebaijão: Este país do centro asiático se comprometeu com a redução de 35.000 bpd. De acordo com a agência de notícias Russa Tass, o Arzebaijão começou a implementar os cortes na produção no dia 1º de janeiro. Diferente da maioria dos grandes produtores, a produção de petróleo do Arzebaijão havia recuado 1,5% em 2016, então os novos cortes podem ser simplesmente uma queda natural na produção.

Bahrein: A nação do Golfo Pérsico só produz aproximadamente 200.000 bpd e se comprometeu a reduzir sua produção em 10.000 bpd. Nem o governo de Bahrein e nem a Bapco (empresa nacional de petróleo), fizeram declarações a respeito de medidas de conformidade com o acordo.

Brunei: Este pequeno país do sul da Ásia produz apenas 130.000 bpd, mas se comprometeu a diminuir sua produção em 4.000 bpd. O sultanato de Brunei ainda não anunciou que está fazendo cortes na produção e, considerando o estresse econômico pelo qual o país vem passando graças à desvalorização do petróleo, pode acabar sendo um desafio cortar até mesmo essa pequena quantidade.

Guiné Equatorial: Localizada na África central, a Guiné Equatorial (SA:EQTL3) firmou o compromisso de reduzir sua produção em 12.000 bpd. O país ainda não anunciou nenhum plano de implementação dos cortes, mas as instituições andam ocupadas com o julgamento de corrupção, que foi recentemente remarcado, do filho do atual presidente (que ocupa o cargo desde um golpe de estado em 1979).

Cazaquistão: O Cazaquistão produz aproximadamente 1,88 milhão de bpd e concordou em diminuir esse valor em 20.000 bpd. De acordo com o Ministério de Energia do Cazaquistão, o país começou a diminuir a produção no dia 1º de janeiro, e a produção já havia recuado nos 20.000 bpd exigidos. O plano do Cazaquistão era reduzir a produção nos campos de petróleo onde já estava ocorrendo uma redução natural. Enquanto isso, o país planeja continuar os projetos de desenvolvimento em dois dos seus maiores campos de petróleo e quer aumentar a produção no fim de 2017.

Malásia: A Malásia, o único país produtor a leste do Irã, além de Brunei, que concordou em diminuir a produção, cortará 20.000 bpd. Logo após a assinatura do acordo, a Petronas (KL:PGAS) anunciou que reduziria sua produção conforme o combinado a partir de janeiro de 2017.

México: Este importante produtor de petróleo vem sendo o elo em diversos acordos anteriores entre a Opep e entre países não membros da organização e sabe da importância dos cortes de produção para um aumento real do preço do petróleo. O México concordou em reduzir 100.000 bpd da sua produção, mas o governo vem enfrentando agitações internas devido ao aumento dos preços da gasolina no país, e um aumento no preço do petróleo pioraria a situação. Além disso, o governo mexicano está no meio do processo de privatização da sua petrolífera estatal e, recentemente, adiou os leilões de contratos de exploração no Golfo do México que havia planejado para o fim de março. Apesar das atribulações, o México vem tomando providências para cortar a produção. No entanto, imediatamente após a assinatura do acordo, a Pemex decidiu chamar os cortes de uma "queda natural" da produtividade dos campos.

Omã: Este produtor do Golfo Pérsico se comprometeu, sem hesitar, com um corte de 45.000 bpd em dezembro (4,5% da sua produção de 1 milhão de bpd). O ministro de energia de Omã afirmou, na TV estatal, que o país começou a cortar a produção no dia 1º de janeiro.

Rússia: Este importante produtor de petróleo assumiu o compromisso de reduzir sua produção em 300.000 bpd e exerceu um papel fundamental para possibilidar o acordo da Opep. No passado, a Rússia já assumiu compromissos de cortar a produção e acabou falhando em cumpri-los. Inicialmente, parecia que a Rússia não implementaria totalmente os cortes até a primavera, o que o país membro da Opep, Kuwait, considerou aceitável dentro dos termos do acordo. A Rússia, inicialmente, anunciou que durante os meses de inverno cortaria a produção em apenas 50.000 bpd. No entanto, o país revelou recentemente que sua produção diminuiu em mais 130.000 bpd na primeira semana de janeiro, então parece que, independente da disposição da Rússia para cumprir com o acordo, forças maiores vêm empurrando sua produção para baixo.

Sudão e Sudão do Sul: Estes dois países se comprometeram com um corte de 4.000 bpd e 8.000 bpd, respectivamente. Mas ainda não houve indicação por parte de nenhum dos dois quanto ao cumprimento do acordo. Na verdade, o Sudão do Sul, que passa por uma guerra civil, indicou que pretende aumentar a produção de petróleo assim que possível. O Sudão do Sul costumava produzir 350.000 bpd, mas sua produção caiu para menos de 130.000 bpd durante a guerra. Os conflitos continuam afetando os campos de petróleo, então não está claro se o Sudão do Sul conseguirá aumentar sua produção em um futuro próximo.

Finalmente, é bom lembrar que vários produtores importantes não figuram no acordo. A produção de petróleo de países como: Estados Unidos, Canadá, Brasil e Noruega terá um impacto significativo nos preços do petróleo em 2017.

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