Por Rafael Ribeiro e Thayná Drugowick
Os preços do leite pago ao produtor subiram pelo quinto mês consecutivo.
Considerando a média nacional ponderada dos 18 estados pesquisados pela Scot Consultoria, o aumento foi de 1,3% no pagamento realizado em agosto, que remunera a produção de julho, na comparação mensal.
Apesar da produção de leite aumentando nas principais bacias leiteiras do Sul e Sudeste do país, os incrementos têm sido menores este ano, em função das questões climáticas adversas, por exemplo, as geadas em julho, além dos custos de produção da atividade leiteira em alta. Com isso, houve concorrência pelas indústrias pela matéria-prima (leite cru).
Na comparação com agosto de 2020, o produtor está recebendo 26,9% mais esse ano. No entanto, os custos de produção subiram 30,0% no mesmo período, mantendo as margens apertadas para o produtor.
Com relação a produção, em julho último, o volume de leite captado no país aumentou 5,2% na comparação mensal, com a produção crescendo fortemente na região Sul e, em menor intensidade, no Sudeste e Brasil Central. Entretanto, na comparação com julho de 2020, o volume captado foi 4,9% menor este ano.
Para o pagamento a ser realizado em setembro/21, referente a produção entregue em agosto/21, o viés é de estabilidade nos preços do leite pago ao produtor, com 68% dos laticínios pesquisados apontando para manutenção, 29% estimando alta e os 3% restantes falando em queda.
A maior parte das indústrias que estima alta nos preços pagos aos produtores estão na região Nordeste e Centro-Oeste do país, onde a produção deverá seguir mais ajustada no curto prazo.
Nos estados do Sul do país, a maioria dos laticínios (85%) estima manutenção nos preços do leite ao produtor no pagamento a ser realizado em setembro, mas uma parcela (15%) prevê queda.
Mercado de reposição pressionado
Nos últimos sete dias, houve queda de 1,8% nos preços, considerando a média de todos os estados monitorados, entre machos e fêmeas anelorados. As quedas foram puxadas pelas fêmeas, com retração de 2,0%, considerando a média de todas as categorias e estados pesquisados. Já para os machos, a desvalorização foi de 1,7%.