Pedido de virada
Congresso Ibov
O mercado está de olho na política.
Mas a política também está de olho no mercado, uai.
É uma relação de mútua dependência. Um precisa do outro.
Deputados e senadores sentem pressão pela forte alta da Bolsa, queda do dólar e recuo dos juros futuros durante a manhã.
O pedido de impeachment foi recebido com otimismo.
Nada óbvio
É claro que o processo de impeachment será atribulado, enrolado, vai gerar volatilidade, etc.
Essas são constatações óbvias.
Fato é que esse processo é salutar em si, independentemente de seu resultado.
Mesmo se a Dilma continuar no governo? Sim, mesmo se a Dilma continuar.
De um jeito ou de outro
Toda a agenda de ajuste fiscal e reformas foi colocada em segundo plano em 2015.
Ninguém vota nada, pois, desde janeiro, há um enorme bode na sala chamado impeachment.
Precisamos nos resolver com esse bode.
Se é para a Dilma ficar, fique até 2018 e bola pra frente; dificilmente vai ter outra chance de impeachment.
Se é para a Dilma sair, tchau e benção.
É claro que a segunda condição tende a impulsionar com mais ênfase os ativos de risco brasileiros.
Mas a primeira condição também não é de toda má, pois nos faz melhores do que na completa letargia atual.
Vira-vira
É apenas a primeira fagulha na palha, mas já dá para sentir que as coisas vão ficar quentes neste fim de ano.
Dito e feito: sem férias em dezembro.
O mês é particularmente especial aos leitores da Empiricus que estudaram e aplicaram nossa tese de Virada de Mão.
Para aqueles que ainda desconhecem a tese, dá tempo de se atualizar e aproveitar o grosso dos ganhos, ainda por vir.
Ou você acha que Ibovespa a 46 mil pontos já capta perfeitamente os efeitos de um choque transformacional na política brasileira?
Parâmetro vizinho
Para termos uma base de referência - reconhecidamente imprecisa, mas ainda assim útil.
De certa forma, 2015 foi o ano do impeachment do Governo Kirchner na Argentina.
O Merval - que equivale ao Ibovespa argentino - disparou de 8.666 pontos em 30/dez/2014 para os 12.706 pontos atuais.
Trata-se de um ganho formidável de +47%.
E olha que esta é apenas uma parte pequena da história.
Antecipando a saída de Kirchner, o Merval começou a acordar em meados de 2013.
Desde então, acumula alta de +377%.
Isso mesmo: +377% em dois anos e meio, para um mercado muito menor do que o nosso.