Mercado do boi gordo com preços firmes.
Em São Paulo, depois das recentes altas nas cotações, os preços estão estáveis. Na praça de Araçatuba-SP a arroba do macho terminado está cotada em R$156,00, considerando o preço à vista.
Este cenário ocorre devido à dificuldade de compra de animais terminados e a consequente diminuição das escalas das indústrias frigoríficas.
As programações de abate dos frigoríficos paulistas atendem, em média, três e quatro dias. Algumas indústrias têm buscado animais terminados em outros estados, a fim de manterem suas escalas.
O Equivalente Scot Carcaça, que aponta a receita dos frigoríficos que não fazem a desossa, indica margem de comercialização de 3,8% frente ao preço pago pelo boi. Alta 0,5 ponto percentual em relação ao fechamento da semana anterior.
Mercado de carne sem osso no atacado segue em queda
O mercado não para de cair. É a quarta semana seguida de desvalorização. Nesse período os preços caíram quase 4,0%. No ano, as desvalorizações, somadas, chegam a 15,7% contra 1,1% de alta.
Os preços atuais são 3,0% maiores que os de um ano atrás, portanto, o mercado está com desvalorização real de mais de seis pontos percentuais, já que a inflação acumulada em doze meses é de mais de 9,0%.
No acumulado dos últimos sete dias a desvalorização média é de 0,6%.
Embora as projeções econômicas não sejam animadoras, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) veio com alta em maio, a primeira em mais de dois anos. O resultado, segundo o relatório, é resultado da expectativa de mudança dos rumos da economia após os recentes acontecimentos políticos do país.
Resta aguardar para ver se isso se traduz em crescimento de vendas.
A necessidade de melhora no escoamento é enorme. A margem da indústria está cada semana mais estreita. Agora, as unidades de abate e desossa trabalham com uma receita média 11,5% maior que o preço da matéria prima, mais um recorde negativo para estes seis primeiros meses do ano.
Queda gradativa nos preços no mercado de reposição, com destaque para o bezerro
Mercado com lentidão nas negociações e preços frouxos.
Na média de todos os estados pesquisados pela Scot Consultoria, o recuo semanal para o bezerro foi de 1,0%. Para o garrote e boi magro, as quedas foram de 1,0% e 0,6%, respectivamente.
A atual oferta de bovinos jovens é melhor do que a observada nos últimos anos, possivelmente já um reflexo inicial do processo de retenção de fêmeas, que deve possibilitar uma gradativa melhora na disponibilidade de bezerros em médio prazo.
Destaque para o comportamento de preços na Bahia, que têm caído com maior força. Este movimento é estimulado pelas condições das pastagens, especialmente ruins, fato que retrai ainda mais os compradores.
Já para o boi magro, fatores como a demanda mais aquecida (sazonal) e a maior correlação com o boi gordo (que tem tido recuperação de preços), ajudam a explicar o cenário de cotações mais sustentadas.
Por Juliana Serra, Alex Lopes, Gustavo Aguiar e Hyberville Neto (Scot Consultoria)