AÇÚCAR: Spot paulista perde vantagem sobre exportação
Enquanto os preços do açúcar cristal no spot paulista registram pequenas altas diárias, no mercado internacional, os valores têm subido com mais força, impulsionados pelo déficit global da commodity. Com isso, na semana passada, a venda do açúcar ao mercado externo voltou a remunerar mais que a venda do produto no spot paulista, cenário que não era verificado desde a segunda quinzena de outubro do ano passado.
Entre 23 e 27 de maio, cálculos do Cepea mostram que as vendas externas remuneraram 1,95% a mais que as negociações de açúcar cristal no spot paulista. No mercado interno, representantes de muitas usinas mantiveram seus preços firmes, motivados pela elevação das cotações no mercado internacional.
A demanda, por sua vez, se manteve estável no período. Na segunda-feira, 30, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal cor Icumsa entre 130 e 180, mercado paulista, fechou a R$ 76,95/saca de 50 kg, ligeira alta de 0,83% em relação à segunda anterior, 23.
ETANOL: Hidratado sobe 4,6% e anidro, 3,1%
A ocorrência de chuvas em diversas regiões produtoras paralisou a colheita da cana-de-açúcar na semana passada, reduzindo o processamento e a oferta de etanol em muitas usinas paulistas. Assim, os preços dos etanóis anidro e hidratado subiram no estado de São Paulo.
Entre 23 e 27 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou a R$ 1,4773/litro (sem impostos, a retirar), alta de 4,6% frente ao da semana anterior e de expressivos 9,8% em relação à última semana de abril, quando foi de R$ 1,3369/l. O Indicador semanal CEPEA/ESALQ do anidro combustível fechou a R$ 1,6183/litro (sem impostos, a retirar), elevação de 3,1% em relação ao da semana anterior e de 4,6% no acumulado do mês.
TRIGO: Preços seguem em alta; clima favorável anima triticultores
Os preços do trigo no mercado brasileiro continuam em alta, devido à baixa oferta e à boa demanda, principalmente por parte do setor de ração animal. Segundo colaboradores do Cepea, com a insuficiente disponibilidade do cereal, poderá haver um aumento nas importações, principalmente do trigo de fora do Mercosul, já que a Argentina também deve registrar baixo estoque de trigo de qualidade.
No campo, as chuvas na maioria das regiões produtoras do cereal têm favorecido a cultura e animado produtores. No Paraná e em São Paulo, onde o trigo perdeu área para o milho segunda safra, as precipitações contribuem para o bom desenvolvimento das lavouras já semeadas. No Rio Grande do Sul, a maior umidade permite a intensificação do semeio do trigo. O clima pode se manter favorável à cultura também no início da colheita.