Os valores internos da soja em grão e do farelo de soja atingiram os maiores patamares nominais da série do Cepea, em várias regiões pesquisadas. Em termos reais, as cotações do grão são as maiores desde outubro/15 e as do derivado, desde janeiro/16 (atualizados pelo IGP-DI de abril/16). A média deste mês (até 27 de maio) da soja (Paraná) supera em 11,3% a de maio/15, em termos reais. Segundo pesquisadores do Cepea, as altas vêm, especialmente, das maiores demandas doméstica e externa.
Diante do bom ritmo dos embarques do farelo, compradores brasileiros têm tido dificuldades na aquisição do derivado. Assim, os preços internos sobem com força e as aquisições no spot ocorrem apenas para suprir a demanda imediata. A sustentação também vem das previsões de perdas ainda maiores na Argentina, em decorrências das chuvas em excesso em abril e em maio.
MILHO: Colheita da 2ª safra se inicia e comprador pressiona cotação
As incertezas quanto ao tamanho da segunda safra de milho no Brasil continuam, já que o clima não tem amenizado a situação das lavouras. Assim, os preços do milho ainda estão em alta no Brasil e a disputa pelo produto disponível está acirrada em diferentes regiões do País. Na sexta-feira, 27, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) fechou a R$ 52,97/saca de 60 kg, ligeiro aumento de 0,1% em relação ao dia 20 e de 8,9% frente ao encerramento de abril.Apesar da pouca disponibilidade e da disputa pelo cereal observada em algumas regiões, no geral, compradores já se mostram reticentes em aceitar os atuais patamares, afirmando ter dificuldades no repasse das altas.
O cenário mais delicado verifica-se nos setores de aves e suínos, que são os maiores consumidores de milho. Avicultores e suinocultores relatam que o atual valor do milho inviabiliza a atividade – alguns já teriam abandonado o setor. Com isso, compradores vêm elevando a pressão sobre os preços, atentos ao início da colheita da segunda safra e ao volume de milho que vem sendo importado.
MANDIOCA: À espera de preço maior no 2ª semestre, produtor reduz colheita
Na expectativa de preços maiores no segundo semestre, produtores de raiz de mandioca consultados pelo Cepea vêm reduzindo e/ou postergando a colheita. Nesse cenário, a oferta de matéria-prima tem sido menor, mas indústrias se mostram ativas no processamento. Na semana passada, mesmo com o feriado na quinta-feira, 26 (Corpus Christi), indústrias mantiveram o ritmo de processamento de mandioca. Pesquisadores do Cepea indicam que essa maior demanda por parte da indústria pode, inclusive, resultar em disputa pela matéria-prima, elevando as cotações da raiz.
Apesar desse cenário, na última semana, especificamente, o preço da raiz ainda esteve enfraquecido. A média semanal a prazo da mandioca posta fecularia foi de R$ 284,41/tonelada (R$ 0,4946 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 2% abaixo da anterior.