Previsões 2018 - Brasil Entre Eleição, Teto e Gastos

Publicado 27.12.2017, 06:00
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A poucos dias do encerramento de 2017, é chegado o momento de refletir sobre intensa jornada que atravessamos neste ano, tirar as lições e as experiências e imaginar o que será esse (intenso) 2018 que se inicia na próxima semana.

Em dezembro do ano passado, em um exercício semelhante, chamamos 2017 de ‘O Ano das Incertezas’ e listamos uma série de perguntas não respondidas na virada do ano.

No front internacional, a principal questão era sobre os EUA sob o comando de Donald Trump. Em seu primeiro ano de mandato, o presidente não conseguiu impor sua agenda econômica de incentivos à infraestrutura, derrubada e substituição do Obamacare, renegociação de acordos internacionais, como o Nafta, além de perder fortes aliados que sucumbiram à tensão da Casa Branca e às investigações sobre o envolvimento russo na eleição norte-americana. Sua grande vitória foi alcançada em dezembro com a aprovação de um gigantesco corte de impostos, com especial foco nas taxas corporativas.

O seu principal trunfo pode virar sua sentença, já que nos próximos meses continuará a batalha pela narrativa sobre os cortes de impostos. O maior risco para Trump é que a percepção da população se consolide em torno da ideia de que essa lei foi benéfica apenas para os mais ricos, o que poderá lhe custar a maioria republicana na Câmara e no Senado nas eleições de 2018. Sem o controle do Capitólio, a segunda metade de seu mandato pode ser ainda mais complicada, especialmente com o avanço das investigações do procurador especial Robert Mueller sobre a ligação entre a campanha de Trump e os russos.

Dos EUA, dado o temperamento impulsivo e intempestivo de seu presidente, o acirramento das disputas entre republicanos e democratas e as eleições legislativas que podem alterar o equilíbrio de força no Congresso, a expectativa é de sequência nas incertezas. Veremos o fim do Rali Trump que empurra Wall Street para recordes sucessivos desde sua eleição?

A economia dos gigantes globais, contudo, parece entrar em 2018 com um cenário mais claro do que no ano passado, com EUA, Europa, Japão e China em rota de crescimento acima da prevista pelo mercado.

O Fed entregou três aumentos de taxa, projetou mais três para 2018, começou a desfazer seu balanço e encaminhou uma tranquila troca de comando de Janet Yellen para Jerome Powell. O BCE segue um pouco atrasado em encerrar sua política de estímulos e deixou para o próximo ano o movimento de correção no rumo. Os temores sobre o Brexit também estão bem menores com o avanço das negociações entre Reino Unido e União Europeia. A China segue surpreendendo e mostrando força para manter o ritmo de crescimento, enquanto realiza ajustes internos, especialmente no mercado de crédito e imobiliário.

Os receios para 2018 ficam com as rivalidades regionais, com grande atenção para um possível início de negociação com a Coreia do Norte, que passou a sentir nas últimas semanas a pressão de China e Rússia. No Oriente Médio, a crescente animosidade entre o Irã e a Arábia Saudita, que se enfrentam indiretamente pela região – Catar, Iêmen e Líbano, entre eles – poderá trazer surpresas desagradáveis para a instável região produtora de petróleo.

Da Europa, dois pontos de atenção: a extrema-direita populista e eurocética que, apesar de ter amargado derrotas na Holanda e, especialmente, na França, poderá avançar em países periféricos e ter sua voz fortalecida nas discussões no bloco. O segundo sinal está na disputa pela independência da Catalunha, que pode expor mais contradições dos governos e inflamar outros movimentos separatistas adormecidos.

Mais próximo do Brasil, a Venezuela poderá seguir se arrastando em seu caminho quase irreversível para o autoritarismo, enquanto a recuperação do petróleo dá fôlego ao combalido governo chavista de Nicolas Maduro.

Brasil: entre o teto e o gasto

O ano de 2017 foi intenso para a economia brasileira com boas surpresas da economia real e grandes decepções na seara política. Do lado positivo, a inflação e os juros em patamares mínimos históricos desde a implantação do Plano Real e os sinais de recuperação da economia indicam que 2018 poderá ser de forte crescimento e redução do desemprego – porém ainda longe de recuperar todo o estrago de anos de recessão.

As duas grandes ameaças a essa aposta de céu de brigadeiro vêm da política: o déficit fiscal e a eleição.

A primeira esteve no centro do debate ao longo dos últimos anos e sem sinal de que os parlamentares tenham entendido a necessidade de corrigir o rumo explosivo do déficit público, que supera os R$ 150 bilhões pelo segundo ano consecutivo. A única vitória efetiva no sentido de controlar as contas públicas foi a implantação do teto de gastos públicos, que impede o crescimento real das despesas.

O cumprimento do teto, contudo, depende do controle do rombo da Previdência, que exerce uma pressão crescente sobre o Tesouro nos últimos anos. O duro plano apresentado pelo governo no início do ano para reformar as regras da aposentadoria foi quase desfigurado com o passar dos meses, especialmente após a delação da J&F levar o presidente Michel Temer para a iminência de queda do poder. Com habilidade política, o Planalto manobrou as forças e manteve o poder, com o custo para o país de não ter mais força para avançar com reformas, aprovando apenas a trabalhista, o que possivelmente cobrará o preço com nova rodada de rebaixamento pelas agências de rating.

Analistas duvidam da capacidade do governo de aprovar uma reforma da Previdência em um ano eleitoral, mas Temer e seus aliados próximos já surpreenderam com sua habilidade (fisiologista?) de mudar votos no Congresso e uma versão ainda mais desidratada pode passar pela Câmara e Senado no primeiro trimestre.

Além das reformas, os olhos se voltam para a segunda ameaça do ano. As eleições de 2018. A imprevisibilidade para o pleito é quase total. Não há a certeza se Lula, principal pré-candidato e apontado como favorito pelas pesquisas, será habilitado para concorrer, enquanto aguarda o julgamento no TRF-4 marcado para o fim de janeiro. A decisão poderá, em caso de condenação, tornar o petista ficha suja, logo inelegível, e, ainda, determinar sua prisão. Com Lula fora da disputa, o caminho da esquerda fica mais fechado e a direita deverá abocanhar um naco maior do centro, favorecendo, inclusive, a aprovação da reforma da Previdência, por cálculo político dos parlamentares.

Não há ao menos a certeza sobre quem serão os demais candidatos ao segundo turno. Jair Bolsonaro, segundo lugar nas pesquisas, sofre para apresentar uma versão renovada, liberal e pró-mercado, após anos adotando um viés nacionalista de rejeição a privatização e reformas. O candidato também sofrerá com a baixa exposição no primeiro turno, já que possivelmente não conseguirá formar alianças que viabilizem um tempo de televisão competitivo. Bolsonaro, contudo, conta com grande engajamento de seus simpatizantes e poderá surpreender, especialmente dada a fraqueza de seus concorrentes.

Entre os demais, Marina Silva segue mostrando que tem um eleitorado fiel de recall que poderá despejar dezenas de milhões de votos em sua candidatura. Sua conexão com o voto evangélico tem potencial de trazer dificuldades para o crescimento de outros nomes como o próprio Bolsonaro. No PSDB, Geraldo Alckmin só perderá a indicação caso uma operação da Polícia Federal bata às suas portas, mas sua falta de carisma, o apoio tucano ao governo Temer e as trapalhadas de Aécio Neves podem lhe custar votos. O PMDB poderá abraçar uma eventual candidatura de Henrique Meirelles, que faria a defesa das conquistas do governo, caso se confirme a recuperação da economia. Fechando a centro-esquerda, o nome de Ciro Gomes ganha força com o impedimento de Lula. Com o petista na disputa, o ex-governador do Ceará não deverá ter chances de crescer pelo espectro da esquerda. Até o momento, o cenário para outsiders com Luciano Huck ou Joaquim Barbosa segue improvável.

Neste cenário de dúvidas, convidamos os principais colaboradores do Investing.com Brasil para compartilhar com os leitores suas apostas para 2018.

Boa leitura e bons investimentos em 2018!

Jason Vieira

As ações de consumo e commodities tendem a se beneficiar do ciclo de recuperação econômica em 2018, todavia, a atenção deve ser grande ao processo eleitoral. Ações de empresas dependentes de crédito, como imobiliário, ainda dependem de uma recuperação que deve ocorrer somente a partir do final do próximo ano. Evitar pré fixados e ações defensivas até o fim do primeiro semestre.

Julio Hegedus

Achamos uma boa estratégia focar em ações, dado o juro a 7% anuais, em empresas beneficiadas pelo consumo, investimentos em novas concessões, fármacos, ou seja, empresas voltadas ao mercado interno. Podemos destacar também instituições do sistema financeiro, como bancos e seguradoras, todas bem resilientes a crises. Achamos também que as empresas públicas estão passando por saneamento, ajustadas a uma melhor governança. Podemos destacar também os fundos multimercados, como o Fundo Verde, Macro Adam.

João Rossi

O ano de 2018 deverá ser encarado com certa cautela, uma vez que contará com as eleições para presidente aqui no Brasil, logo eventuais oscilações no mercado de ações poderão ocorrer conforme o desenrolar dos fatos e das notícias. Para o ano que se inicia ficarei de olho nas empresas sólidas e lucrativas como Itaú (SA:ITUB4), Droga Raia e Ambev (SA:ABEV3), pois em cenários de quedas eventuais aquisições para longo prazo poderão ser interessantes.

Mario Saldanha

Para 2018, ano eleitoral, no qual teremos diversos eventos políticos importantíssimos, a volatilidade deve tomar conta do mercado como um todo. Nesse contexto, o investidor não pode, jamais, desprezar os mecanismos de proteção de capital, tanto para Renda Fixa como Renda Variável.

Falando em Renda Fixa, notícias de peso maior, por exemplo, quando negativas, afastam investidores estrangeiros, devido à aversão ao risco. Como consequência, percebemos variações agressivas na cotação do dólar, preço dos Títulos Públicos e demais ativos ou índices atrelados ao Risco Brasil. A exemplo disso, tivemos a queda forte dos Títulos Públicos e o disparo do dólar no dia da divulgação dos áudios envolvendo a JBS e o Presidente Temer.

Uma forma de proteção é variar os investimentos de Renda Fixa, fazendo uso das diversas modalidades de proteção, seja usando títulos do Tesouro, seja usando produtos protegidos pelo Fundo Garantidos de Crédito – FGC.

No mercado de Renda Variável, cada investidor deve proteger suas operações baseado no seu perfil: - Especuladores, por exemplo, devem ajustar ao máximo seus Stops e jamais alavancar suas operações acima do “saudável” para seu bolso. A falsa sensação de ter muito capital para operar, fruto da alavancagem dada pelas corretoras, pode ser perigosíssima, quando a volatilidade bater com força no mercado. - Investidores menos agressivos, desde os Swing Traders até mesmo os que possuem carteiras de longuíssimo prazo, podem proteger suas operações fazendo uso de travas com Opções, Índice Futuro ou com montagem de Long&Short. Anos com perspectivas de movimentos agressivos no mercado requerem que abramos mão de uma rentabilidade maior em prol de uma proteção de capital.

Por fim, temos no Mercado Financeiro um leque gigante de produtos, cada um com suas características. Cabe a cada um estudar, planejar e escolher o que mais se adéqua ao perfil pessoal.

Franklin Lacerda - Análise Econômica

A economia brasileira emite sinais modestos de que a pior parte da recessão já ficou para trás. Algumas das principais variáveis macroeconômicas começam a reforçar esses sinais do que alguns analistas têm chamado “melhora”.

É sempre saudável lembrar que economia não é uma ciência exata (para alguns, nem ciência ela é) e depende de algo menos exato ainda: narrativa. Uma narrativa é cheia de ambiguidades, de “duplos sentidos”. Depende da interpretação do sujeito que a lê.

Assim, por exemplo, para grande parte dos analistas, as grandes variáveis que apontam para um cenário de 2018 mais benigno são:

  • Inflação em baixo patamar e comportada;
  • Queda da taxa de juro;
  • Crescimento da atividade econômica,
  • Queda da taxa de desemprego;
  • Contas externas ajustadas; e
  • Retomada do crédito.

Apesar dessas variáveis apontarem na direção de uma eventual retomada cíclica, o que nos parece fazer sentido, é preciso colocar uma grande ressalva sobre essa retomada.

Um ponto fundamental de inflexão em 2018, por exemplo, é a situação fiscal brasileira. Depois de aprovada a lei do “teto de gastos”, ficou mais desafiador fazer política fiscal no Brasil.

Antes disso, mais uma ressalva: a política será o grande buraco negro em 2018. Há de se observar também que a agenda proposta pela equipe econômica possui pontos importantes que guiarão ao menos o primeiro semestre do ano que está chegando e os embates políticos no pleito de outubro.

Há o objetivo central de promover o ajuste fiscal, mas também estão sendo estudadas reformas que impactam a produtividade, como melhora do ambiente de negócios, abertura econômica e outras reformas estruturais.

Nesse sentido, os grandes pontos de inflexão que condicionarão o comportamento da economia brasileira são:

  • O estouro do teto dos gastos,
  • Mais um rebaixamento de nota pelas agências,
  • A não aprovação de versão alguma da reforma da Previdência e
  • O fim do ciclo benigno da inflação de alimentos.

2018 será um ano desafiador, mas temos em vista que isso representa grandes possibilidades de mudança e oportunidades. Como diz o ditado: “enquanto uns choram, outros vendem lenço”.

Paulo Ramirez

Para 2018 teremos um grande desafio uma vez que é um ano eleitoral.

O atual governo irá bater muito para manter os juros em patamares baixos.

Portanto, devemos olhar com carinho para renda variável, principalmente ações do setor de consumo que têm sido bastante valorizadas.

Podemos também notar que o futuro do Brasil estará diretamente relacionado a processos de privatização de empresas, uma vez que o Estado está com recursos escassos.

Aos mais ousados cabe a opção de 'apostarem’ nas ações de Petrobras e Banco do Brasil, acreditando em um processo de privatização em um futuro não muito distante, mas dependente de quem irá ganhar as eleições.

Para os que visam o longo prazo (uma visão anticíclica) é interessante investir em FII´s (Fundos de Investimento Imobiliários) uma vez que estão bastante descontados.

A exposição moderada a fundos multimercado pode ser um diferencial positivo em um cenário de juros baixos.

André Momberger - Focalise

O ano de 2018 será emblemático. Por um lado estamos diante de um quadro nunca visto de estabilidade inflacionária, baixa de juros e câmbio levemente sob controle (se é que dá para dizer isto do câmbio)

Já por outro lado, a questão fiscal permanece como grande tendão de Aquiles do Governo e nossos políticos não parecem dar o devido valor a este fato. Não aprovar (nem votar sequer) a reforma da Previdência nos joga cada vez mais próximos de um abismo.

A questão eleitoral é outro elemento de consequências binarias. Literalmente ainda não temos nenhum candidato que entusiasme e se coloque disposto a uma agenda reformista e com viés liberal. Os atuais postulantes continuam posando de salvadores da pátria, mesmo que até um deles esteja muito mais próximo da Papuda do que do planalto. Resumindo: tudo pode acontecer e não temos ainda ideia para que lado.

Mas em relação aos investimentos, em que apostar?

Continuamos acreditando na recuperação do setor de consumo e é essa é nossa maior aposta.

Saneamento e energia são setores que continuam nos agradando. Mas o setor que poderá surpreender é o Real State. Depois de 4 anos amargando um mercado muito complicado, os principais players fizeram a lição de casa e podem apresentar bons resultados.

Acho que gradativamente os investidores brasileiros deveriam ir deixando o CDI de lado. Os juros baixos vieram para ficar e sair da zona de conforto e buscar ativos de maior risco será o único caminho para buscar rendimentos superiores.

Não apostaria em fundos de renda fixa com taxas de administração acima de 2%. Fundos Di e cambiais, assim como poupança, não são recomendáveis.

Denis Ferreira

Teremos no ano de 2018 novos personagens principais no cenário econômico mundial com o protagonismo se voltando aos países de economia mais consolidada e menos aos emergentes (salvo a China com seu crescimento ainda impressionante), dado principalmente ao clima de estabilidade e principalmente positivismo para o desenvolvimento destas economias, enquanto que investidores mundiais evitarão maior exposição em países como o nosso que de quebra passará por um de seus momentos mais instáveis politicamente, onde enfrentaremos uma eleição presidencial que determinará o continuísmo das reformas iniciadas na era Temer, ou então retrocederá tais reformas frente o caráter populista e antirreformas que domina hoje a maior parte dos candidatos em disputa.

Como estratégia a fim de tentar passar ileso pela turbulência que só uma eleição pode trazer, a dica é alocar menor percentual da carteira de investimentos em ativos em bolsa, dado que estes variam bruscamente em períodos em que manchetes de jornais podem derrubar fortemente determinados papéis e/ou setores.

Caso haja a ânsia de alguma exposição à bolsa, é recomendado que o investidor se posicione em setores que possam surfar dados econômicos positivos mais certeiros como, por exemplo, o setor de varejo (LAME4, BTOW3, MGLU3, VVAR11) que tende a apresentar resultados fortes no seu 4Tri/2017 com números vindos de vendas de eventos como o Natal e a Black Friday em topos históricos.

Por outro lado, estatais serão os papéis a se evitar com maior risco nesta corrida eleitoral do ano que vem caso as pesquisas demonstrem candidatos mais intervencionistas em posições de vitória, o que traz risco para investidores por conta disso, devendo as estatais figurar em menor quantidade de carteiras recomendadas em 2018. E se o ideal é fugir de risco, recomenda-se ainda alocar uma parte substancial da carteira em ativos que tenham como benchmarking a inflação futura (IPCA, IGP) e a curva de juros futuros, ambos beneficiados em casos de presidenciáveis “anti-mercado” vencendo nas urnas, além de alocação no já conhecido antídoto de instabilidade nacional, o dólar, projetado para próximo dos R$ 4,00 em eventual derrota de um candidato centrista.

Arthur Solowiejczyk - Terraço Econômico

O ano de 2017 vai se exaurindo e com isso a sombra de 2018 começa a ocupar todos os debates, estudos, pesquisas, mesas de bar e etc. A economia brasileira emite sinais mais robustos de que a maior recessão já registrada ficou para trás, vista pelo retrovisor, com melhora nas principais variáveis macroeconômicas acompanhadas: i) Inflação em baixo patamar e comportada; ii) queda da taxa de juro; iii) crescimento da atividade econômica, iv) queda da taxa de desemprego; v) contas externas ajustadas; e vi) retomada do crédito.

É bem verdade que não está uma maravilha, mas os primeiros passos (sempre eles) já foram dados. Além disso, é preciso colocar uma grande ressalva sobre a situação fiscal brasileira, ainda é uma bomba relógio, das grandes. Os sinais emitidos por Brasília nos levaram a crer que o ano, em termos de políticas econômicas relevantes, acabou. Seria uma grande surpresa o Planalto retomar a batalha da Reforma da Previdência, ainda que dissecada, nestes últimos dois meses do ano.

Dessa forma, a melhor resposta que podemos dar no que se refere às perspectivas para o ano de 2018 é um sonoro “depende” (como todo economista gosta de falar). Nem a renda fixa, carro chefe dos investimentos conservadores e que rendiam consideravelmente bem nos últimos anos, parece ser personagem para 2018 (a taxa SELIC para 2018 está em 7% a.a., conforme Boletim Focus). Ainda temos a eleição presidencial, marcada para outubro, que promete fortes emoções e oscilações para qualquer investimento a ser realizado.

E para completar, passamos por um dos maiores crescimentos nos índices de bolsa de valores dos últimos anos em quase todo mundo. Dow Jones: +25%; Nasdaq: +30%; NIKKEI: +20%; EuroNext: +15% e Ibovespa: +21%. Será que há mais espaço para crescimento ou vem correção de preços por aí?

Por isso, a melhor dica que pode ser dada é também a mais óbvia. Qual é o objetivo do seu investimento? Qual é o tempo que o dinheiro pode permanecer investido? Qual é sua tolerância ao risco? A partir dessas respostas simples, e de uma análise de cenários dos pontos mencionados acima será possível fazer a alocação ótima dos seus investimentos. Você está preparado para o turbilhão que será 2018?

Shin Lai - Upside Investor

2018 deve ser o ano em que veremos de maneira mais clara a retomada da economia brasileira, de modo que até então sabemos através de indicadores que o “fundo do poço” ficou para trás, mas nem sempre temos visto isso claramente no dia-a-dia.

Vale lembrar que os empregos formais não apresentaram ainda melhora significativa e os níveis de consumo, por consequência, ainda andam fracos.

Para o próximo ano acreditamos que, também por ser ano eleitoral, setores relacionados a bens de consumo, indústria automobilística e o setor imobiliário devem figurar como maiores atrativos. Ou seja, é bastante provável vermos um impulso por parte do Governo em setores que geram esse impacto direto de bem-estar na população.

Destacamos, por outro lado, também, ativos de empresas do segmento industrial que, por estarem apresentando situação de normalização, após longo período de crise, frequentemente têm se encontrado descontadas e com bom potencial de valorização. O que não tem ocorrido com a maioria das varejistas que já se encontram mais “caras”.

Entretanto, alguns setores como o de infraestrutura, que em grande em parte são demandados pelo setor público, pode não reagir tão bem, dadas as restrições legais que existem sobre os agentes públicos de pedir financiamentos. Isto pode ser um complicador para fabricantes de aços longos, por exemplo.

As perspectivas para o setor agrícola continuam animadoras para 2018. Não apenas pelo ‘efeito carregamento’ do ano de 2017, que propicia uma espiral positiva para o setor.

O setor de commodities agrícolas devem propiciar retorno aos investidores, não só apenas de ativos agrícolas, mas também de empresas de alimentos e também em setores correlatos como transportes de grãos e materiais de transporte.

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