Artigo publicado originalmente em inglês no dia 28/11/2017
Com os membros da Opep, em geral, concordando em estender o acordo de redução da produção de petróleo do ano passado além da data de término de março de 2018, o foco agora está nos parceiros da Opep, fora do cartel - especificamente a Rússia.
Em novembro passado, quando chegaram a um acordo pela primeira vez, a cooperação da Rússia desempenhou um papel fundamental na obtenção do consenso inicial da Opep que era necessário para iniciar os cortes na produção. Na verdade, o acordo da Opep provavelmente não teria se materializado se a Rússia não tivesse se comprometido a cortar 300 mil bpd. Todos os países produtores não-Opep contribuem com um total de cortes de 558 mil bpd e, sem a participação dos países não-Opep pode ser impossível convencer alguns países da Opep a participar.
Em outubro passado, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse a repórteres que apoiava a prorrogação dos cortes até o final de 2018. No entanto, a produção de petróleo russa não é controlada de forma central, e os cortes exigem o consentimento nominal das empresas petrolíferas russas. O ministro russo do Petróleo, Alexander Novak, se enganou sobre os planos para continuar os cortes e disse aos repórteres, no final de outubro, que a Rússia planejava aumentar a produção de petróleo se o acordo não fosse prolongado. Ele já citou a necessidade de se encontrar com os chefes das principais empresas petrolíferas russas, principalmente a Rosneft (OTC:OJSCY), a Lukoil (OTC:LUKFY) e a Gazprom Neft (OTC:GZPFY), antes de determinar se a Rússia apoiará a prorrogação dos cortes.
Novak encontrou-se com essas empresas nos dias 14 e 21 de novembro, sem resultados confirmados.Dois dias após a primeira reunião, o chefe da Gazprom Neft anunciou que a empresa planeja aumentar a produção em 2018, mesmo que a Rússia e a Opep concordem em estender os cortes. Não está claro se esta é apenas uma declaração da Gazprom para expressar o seu desejo de não haver cortes ou se é uma ameaça real de se opor a uma possível decisão do governo. De qualquer forma, o governo russo, aparentemente, ainda não tomou uma decisão e disse que esperaria até a reunião da Opep de quinta-feira para decidir se deve apoiar uma extensão dos cortes por mais um ano.
Apesar da falta de clareza da Rússia, a Opep parece esperar que os principais participantes apoiem a prorrogação dos cortes. Em questão, então, está a duração de uma extensão, que poderia ser reduzida dos esperados 9 meses para 6 ou até mesmo apenas 3 meses. Os preços do petróleo provavelmente cairão após a reunião se alguma coisa menor do que uma extensão de 9 meses for anunciada em Viena. Os países participantes também terão isso em mente, embora tenham demonstrado que não são levados a agir apenas por oscilações imediatas de preços.
Mesmo que Khalid al Falih, da Arábia Saudita, seja capaz de persuadir o russo Alexander Novak a concordar com uma extensão de cortes mais longa, os operadores podem ter pouca fé no cumprimento por parte das companhias de petróleo russas. Ainda não está claro qual narrativa aparecerá nos pregões após a reunião da Opep ne quinta-feira.