Dizem que o clássico nunca sai de moda em qualquer ambiente que ele esteja. Se aplicarmos esse pensamento ao mercado financeiro, a Previdência Privada seria escalada como o clássico da vez. Isso porque o produto vem reivindicando o seu espaço no planejamento da aposentadoria das pessoas, acompanhado, dessa vez, de um propósito genuíno.
Digo isso por ter convivido com previdência em setores diferentes do mercado financeiro, que acabavam por determinar o seu papel e relevância para o investidor. No banco, a Previdência levava a chancela de melhor investimento para uma velhice tranquila e sempre acompanhada de uma boa sopa de letrinhas PGBL e VGBL, que muitas vezes deixavam o investidor com dúvidas. Já no ambiente de corretora, a previdência era um produto a ser substituído por outros com melhor rentabilidade, justificando apenas para o planejamento sucessório.
Mas agora as coisas parecem ter mudaram para o clássico da vez, começando pela reforma da previdência social e o aumento da idade mínima para 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres. O outro ponto é que ficou clara – antes tarde do que nunca – a insustentabilidade do INSS e as incertezas em torno de sua capacidade de pagamento futura.
A mudança da percepção sobre a Previdência Social tem ajudado no entendimento que a Previdência Privada é necessária e sua finalidade é de longo prazo. Parece um tanto quanto óbvio, mas lhe garanto que para muita gente a previdência privada ainda não tinha o seu papel bem definido.
É possível perceber atualmente uma análise mais crítica do investidor na hora de escolher entre o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), considerando as vantagens e desvantagens dos produtos no momento de declarar o Imposto de Renda e o impacto da tabela regressiva ou progressiva da tributação. O PGBL continua dando o direito a uma restituição de até 12% da renda bruta tributável para quem declara no formulário completo, enquanto o VGBL não permite a restituição, assim, é mais indicado para as declarações do tipo simples.
É fato que a Previdência continua a não deixar ninguém rico. No entanto, ela parece ter encontrado o seu ver verdadeiro lugar na estratégia e na carteira dos investidores, que são os mais beneficiados com isso.
Antes de encerrar, gostaria de avisar a vocês que este foi o último texto da minha coluna semanal aqui no Investing. Mas, calma, isso não é uma despedida! Estamos entrando em um novo momento da nossa parceria entre Capital Research e Investing e continuaremos por aqui de outras maneiras. De qualquer forma, agradeço a todos pela troca que tivemos ao longo dessas 31 semanas. Nos vemos em breve!