Em um país emergente e tão desigual como o Brasil não dá para deixar a sua qualidade de vida futura nas mãos do estado. O brasileiro comum, aquele que não possui acesso as regalias e privilégios de algumas classes do alto escalão do estado, quando se aposentar irá receber um benefício do INSS. No entanto, o decrescimento populacional aliado a fragilidade das contas públicas torna o sistema uma “bomba relógio” que em algum momento do futuro deve explodir deixando milhões de brasileiros desamparados.
A necessária Reforma da Previdência endureceu bastante as regras para a aposentadoria dos optantes do regime geral. No entanto, as turbulências econômicas recentes como o furo do teto de gastos e os impactos da pandemia praticamente anularam a economia feita pelo governo. Para se ter uma noção do tamanho do problema, a previsão inicial do governo era gerar uma economia de até R$1 trilhão em 10 anos aos cofres públicos. Mas cada alta da taxa SELIC deve custar por volta de R$ 50 blhões.
Em 2019, quando a reforma foi feita, a SELIC estava em 6,5% a.a, caso ela chegue a 12% a.a em 2022 essa alta vai custar aos cofres públicos “apenas” R$ 500 bilhões. Isso sem levar em consideração a queda da atividade econômica e estagnação que essa alta dos juros irá proporcionar.
Diante desse cenário milhares de brasileiros buscam uma alternativa à dependência estatal. Segundo a Federação nacional de previdência privada e vida (FENAPREVI), as aplicações em previdência complementar já movimentaram no acumulado do ano R$ 112 bilhões. Mas é necessário analisar bem onde investir o seu precioso recurso, pois como dizem “o diabo mora nos detalhes”.
O mercado financeiro possui uma infinidade de produtos e serviços para todos os perfis, de conservador a agressivo. Entretanto, não é uma tarefa fácil separar os produtos bons dos ruins. Caso você coloque o seu precioso e suado dinheiro em um fundo “ruim” no frigir dos ovos você vai perder dinheiro.
Ao investir em um fundo de previdência busque saber quanto é a taxa de administração cobrada, quanto maior a taxa de administração cobrada menor será o seu retorno futuro.
Os denominados “bancões” (Banco do Brasil (SA:BBAS3), Itaú (SA:ITUB4), Bradesco (SA:BBDC4), Santander (SA:SANB11) e Caixa Econômica), dominam o mercado de previdência privada no país. Contudo, segundo estudo feito pela Spiti, alguns dos seus fundos não ganham do CDI e vem dando prejuízo aos seus cotistas na última década.
Entre os piores fundos do mercado os maiores pertencem ao Banco do Brasil. Os fundos (BRASILPREV RT FIX II FIC RENDA FIXA e BRASILPREV RT FIX V FIC RENDA FIXA) possuem patrimônio de R$ 29 bilhões e R$ 8 bilhões respectivamente e apresentaram desempenho pífio nos últimos anos.
O mercado financeiro se modernizou bastante e atualmente há diversas possibilidades com boa relação risco e retorno, além das instituições tradicionais. Caso você possua algum fundo de previdência pertencente a algum dos “bancões” procure saber quanto está pagando de taxa de administração e o retorno acumulado do fundo. Pois a possibilidade de você está tendo uma rentabilidade negativa é considerável, só não espere que o seu gerente irá lhe falar isso.