Mercado do boi gordo calmo, no que diz respeito a testes de preços menores pelos frigoríficos. Houve, inclusive, valorizações em três praças pesquisadas pela Scot Consultoria na última sexta-feira (22/9).
Este fato pode sinalizar um maior cuidado com as escalas de abate, à medida que nos aproximamos da virada do mês.
Em São Paulo, as programações atendem, em geral, entre quatro e cinco dias. Não estão apertadas, mas não permitem pressão de baixa mais expressiva.
De toda forma, o dia da semana tipicamente não é de grande volume de negócios.
Queda de preços da carne bovina no atacado
Queda de preços da carne bovina sem osso no atacado.
O mercado não resistiu à queda nas vendas na segunda metade do mês e ao ligeiro aumento nas escalas de abate. Depois de quinze dias em alta, a desvalorização, presente em 60,0% das semanas deste ano no mercado atacadista, apareceu novamente.
No acumulado dos últimos sete dias a queda foi de 0,3%. Os cortes de traseiro, de maior valor agregado, puxaram o mercado para baixo.
Apesar da queda, desde o final de julho o mercado acumula alta de 7,0%, desenhando, até aqui, o cenário esperado para o segundo semestre, quando a tendência sazonal é de aumento gradual dos preços.
É preciso, porém, ponderar que exatamente neste período a redução na oferta de boiadas foi forte, já que o primeiro giro do confinamento pouco ajudou as indústrias na compra matéria-prima e as expectativas de curto prazo eram de mercado em alta, o que fez o pecuarista endurecer as negociações.
Isso enxugou os estoques de carne e permitiu as valorizações na indústria, embora estas altas não tenham, nem de perto, conseguido preservar as margens dos frigoríficos. Além disso, o varejo reduziu suas margens a ponto de chegar ao menor patamar de 2017.
Ou seja, analisando de forma mais cuidadosa o mercado de carne, não houve um movimento que indique melhora de consumo, nem mesmo quando os preços subiram.
Por Hyberville Neto e Alex Santos Lopes da Silva (Scot Consultoria)