A movimentação política buscando tornar acreditada a nova postura do Congresso Nacional ante os desafiadores problemas enfrentados pelo país, e que, até então, eram meras retóricas e anseios e vinham vitimados por “engavetamentos” sistêmicos ou obstruções oportunas, parece estar sensibilizando as perspectivas, porém sem provocar exacerbações, havendo, contudo, otimismo.
Os novos Presidentes do Senado e da Câmara entregaram ao Presidente Bolsonaro carta com um conjunto de intenções, incluindo o empenho do avanço da agenda reformista, e isto se coloca como fato promissor.
Mas, também, os novos personagens comprometeram-se a avaliar uma forma de retomar o auxílio emergencial, respeitando o teto de gastos, algo muito pragmático e teórico na linha que quase todos querem, mas sem definir os caminhos da viabilização, e estes ainda perduram indefinidos e tidos como inviáveis.
Enfim, a construção de um clima “Pra frente Brasil!” decorre das sinalizações iniciais dos novos empossados “aliados” do novo Presidente, e, o mercado repercutiu de forma discreta e sensata a percepção desta mudança, dando, “a priori” um crédito de confiança, mas sem euforismos.
O Ibovespa tem ganho algum suporte em papéis ligados a produtos considerados “commodities”, porque refletem comportamentos do mercado internacional, mas o e-Commerce perde força desde o término dos programas assistenciais do governo, já que foram os beneficiários indiretos.
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Por outro lado, o governo emitiu sinalização positiva sobre ações efetivas visando a privatização da Eletrobras.
Em realidade, há forte expectativa de que as ações políticas do governo ganhem dimensão efetiva com o apoio do Congresso, e, isto, certamente, dê perspectivas favoráveis às reformas e privatizações indo ao encontro dos anseios do Ministério da Economia para desafogar a desconfortante situação fiscal e de todos os brasileiros que anseiam por um país em melhores condições.
No mais, além da pauta reformista e de privatizações, perdura latente o “status quo” habitual, pandemia em forte desempenho, morosidade no processo de vacinação, desemprego crescente, inflação se aquecendo, etc...
Tudo, até a mudança de comandos no Congresso, transparecia muito “preso” por ação do Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por isso tudo no país parecia mais difícil e inviável, mas agora o país terá condições de validar as “verdades e mentiras” no em torno da falta de dinâmica nas ações governamentais, podendo ter um diagnóstico mais preciso sobre as origens da inércia.
Nossa percepção é que o mercado financeiro “observa detidamente” o momento, por isso “está pagando para ver” e não reage de forma intensa, eufórica, ou exteriorizando o sentimento de que tudo possa ser resolvido.
E, a rigor, esta parece ser a postura mais adequada para o momento, pois as intenções, “a priori”, são sempre as melhores e a transparência de unidade de propósitos também, mas ao longo dos anos aprendemos que estes alinhamentos não têm sido duradouros.
O dólar, ativo mais sensível às realidades do país, deu sinais de ter despressurizado seus prêmios e até ter sua formação de preço na contramão das demais moedas emergentes, mas ao fim manteve-se estável.
Embora ainda não haja realidades efetivas, mas tão somente boas intenções, acreditamos que o ambiente cultive doravante perspectivas otimistas, que, contudo, precisam ser materializadas rapidamente, para que não ocorram desapontamentos.
Há muito por ser feito e será fundamental absoluta sinergia de propósitos entre as ações do Poder Executivo e do Poder Legislativo, e mais ações concretas do que longas exposições retóricas de boas intenções.
O mercado financeiro preserva um relativo otimismo, mas no fundo “está pagando para ver”!